A Justiça Federal em Montes Claros decretou a prisão preventiva de cinco suspeitos envolvidos no esquema de fraudes no Enem 2016. Três deles são apontados como líderes do esquema, segundo a PF. A decisão foi do juiz Marco Fratezzi, da 3ª Vara Federal de Montes Claros, expedida na sexta-feira (11).
O advogado de defesa de um dos suspeitos confirmou ao G1 a decisão da Justiça. O G1 tentou falar com os advogados dos outros envolvidos, mas nenhum atendeu as ligações.
Wellington Tavares, que defende Arnon Kelson da Silva e Santos, preso desde o domingo (6) na operação Embuste da Polícia Federal, afirma que não teve acesso ao processo, mas confirmou que Arnon Kelson continua detido no Presídio Alvorada.
“Ainda não tive acesso integral ao processo, mas a prisão preventiva já era esperada, uma vez que ainda terá a segunda etapa de aplicação das provas do Enem. Encaramos esta conversão, de temporária em preventiva, como parte da investigação”, explica o advogado.
A Justiça expediu 28 mandados, sendo quatro de prisão temporária. Ao total foram presas 12 pessoas envolvidas no esquema. Além de Arnon Kelson, Rodrigo Ferreira Viana e Jonathan Galdino dos Santos também são apontados como líderes do esquema e estão presos preventivamente.
Também permanecem presos Felipe Allan Araújo Nunes e Olavo Martins, apontados como os responsáveis em responder a prova e repassar o gabarito aos fraudadores.
Entenda o caso
Segundo a Polícia Federal, os presos participam de uma organização criminosa suspeita de fraudar processos seletivos para universidades. A operação Embuste cumpriu mandados em três estados; Minas Gerais, Bahia e Ceará.
Durante a investigação, a Polícia Federal descobriu que candidatos pagavam entre R$ 150 mil e R$ 180 mil por um gabarito do Exame Nacional do Ensino Médio. De um hotel em Montes Claros, a quadrilha enviava o gabarito para os candidatos, que usavam um microponto colocado no ouvido e uma central telefônica acoplada no peito ou braço.