Funcionários da Usina Santa Maria, em Porto Calvo, realizaram, na tarde desta quinta-feira, 17, uma manifestação em frente ao prédio do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), localizado na Avenida da Paz, no Centro de Maceió.
Os trabalhadores informaram que estão há dois meses sem receber seus vencimentos e o décimo terceiro salário do ano passado também não foi depositado em conta até o momento. Além disso, eles não receberam os valores relativos às férias.
Durante a manifestação, centenas de trabalhadores bloquearam por alguns minutos os dois sentidos da Avenida da Paz impedindo a passagem de veículos pela região. Uma comissão composta por trabalhadores e representantes do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Açúcar do Estado de Alagoas estão reunidos com membros do TRT para tentar resolver a situação.
Em conversa com a Rádio Pajuçara FM, o advogado do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Açúcar do Estado de Alagoas, Marcos Donato, informou que os trabalhadores pleiteiam também que o comando da Usina saía das ‘mãos’ da Cooperativa de Usineiros e seja transferido ao interventor nomeado pelo juiz da Vara do Trabalho de Porto Calvo, Roberto Ricardo Guimarães, para que os problemas trabalhistas sejam resolvidos.
Ainda conforme dados do advogado, pelo menos dois mil funcionários estão sendo prejudicados pela administração da cooperativa, que não tem honrado com os compromissos trabalhistas. “A Cooperativa de Usineiros é composta por alguns produtores que administram algumas usinas de Alagoas. No tempo em que a cooperativa esteve a frente da Usina Santa Maria foi registrado um débito de R$3 milhões de salários atrasados e o mesmo valor para acordos trabalhistas também sem ser pagos. A expectativa é que a decisão do juiz Roberto seja mantida para que o comando da usina volte para o interventor, que já vem tentando resolver a situação”, explicou Marcos Donato.
Após reunião, o TRT determinou que a cooperativa poderá comercializar os produtos, mas terá que apresentar as planilhas de tudo que faturar na usina para que os compromissos trabalhistas sejam regularizados. A cooperativa tem 10 dias para cumprir a decisão judicial.