A tenente que atuava como instrutora de salvamento aquático do curso de formação de soldados do Corpo de Bombeiros foi afastada do cargo após a morte do aluno Rodrigo Claro, de 21 anos. Rodrigo passou mal na aula prática na Lagoa Trevisan, em Cuiabá, e morreu na terça-feira (15), depois de ficar internado em coma por cinco dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular.
A família do aluno alega que houve tortura e omissão de socorro por parte do Corpo de Bombeiros. Eles também declararam que Rodrigo revelou ter medo de participar das atividades por ser perseguido pela tenente.
Colegas do aluno disseram à família que o rapaz foi afogado várias vezes durante o treinamento e que os instrutores o obrigaram a continuar, mesmo com o estado físico debilitado. Já o Corpo de Bombeiros determinou a abertura de um inquérito policial para investigar o que de fato ocorreu no dia da aula prática.
“A tenente não vai mais fazer parte dos treinamentos do pelotão. Vamos apurar os fatos e entre 30 e 50 dias deve ser concluída [a investigação]”, declarou o coronel Alessandro Borges Ferreira, responsável pelo inquérito.
Aproximadamente 30 alunos participavam do curso e eram supervisionados por cinco coordenadores, entre eles a tenente e um coronel. Todos que estavam no local serão ouvidos no inquérito aberto pelos bombeiros.
O velório do corpo de Rodrigo ocorreu nesta quarta-feira (16) em Cuiabá e foi levado também para Tangará da Serra, a 242 km de Cuiabá. O enterro está previsto para ocorrer na tarde desta quinta-feira (17).
Gravação
Uma gravação, divulgada pela TV Centro América, que seria de um dos instrutores do curso de formação, um militar faz ameaças ao grupo de alunos ao qual Rodrigo pertencia. No áudio, ele faz ameaças caso eles fizessem denúncias do que ocorria durante os treinamentos.
“Ninguém tem medo de processo na Justiça também. Você que entrou ontem não tem moral nenhuma pra processar quem tá aqui. Processa, processa! Ai, tortura, é não sei o quê…não sei o quê”, ironizou o militar.
O caso
Rodrigo queixou-se de dor de cabeça durante a realização das aulas. O aluno realizava uma travessia a nado na lagoa e quando chegou à margem informou o instrutor que não conseguiria terminar a aula.
Em seguida, segundo os bombeiros, ele foi liberado e retornou ao batalhão e se apresentou à coordenação do curso para relatar o problema de saúde. O jovem foi encaminhado a uma unidade de saúde e sofreu convulsões.
Nas mensagens enviadas por um aplicativo de telefone, Rodrigo alerta a mãe sobre o que poderia acontecer. “Se você não conseguir, passar mal, sei lá. Até eles te pegarem e verem que você não está de corpo mole”, diz a mensagem.
Horas depois, Rodrigo volta a falar com a mãe e mandou a última mensagem antes de ser internado em coma. “Não consegui. Estou mal. Vou para a coordenação”, diz trecho da mensagem.
Ainda segundo a nota dos bombeiros, o jovem vinha apresentando os mesmos sintomas quando era submetido a esforços físicos. A família contesta a versão dos bombeiros. A mãe do rapaz, Jane Patrícia Lima Claro, declarou que o rapaz sempre teve acompanhamento médico, não tinha problemas de saúde e foi aprovado em todas as fases e exigências do concurso para ser bombeiro.
Ela negou que o filho reclamava de dores de cabeça. De acordo com laudo preliminar da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), a causa da morte é indefinida e um novo laudo será emitido no prazo de 15 dias.
Instrutora do Corpo de Bombeiros é afastada após morte de aluno em aula
Rodrigo Claro, de 21 anos, passou mal após aula prática em lagoa de Cuiabá.
Colegas do aluno disseram que o rapaz foi afogado várias vezes na aula.
A tenente que atuava como instrutora de salvamento aquático do curso de formação de soldados do Corpo de Bombeiros foi afastada do cargo após a morte do aluno Rodrigo Claro, de 21 anos. Rodrigo passou mal na aula prática na Lagoa Trevisan, em Cuiabá, e morreu na terça-feira (15), depois de ficar internado em coma por cinco dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular.
A família do aluno alega que houve tortura e omissão de socorro por parte do Corpo de Bombeiros. Eles também declararam que Rodrigo revelou ter medo de participar das atividades por ser perseguido pela tenente.
Colegas do aluno disseram à família que o rapaz foi afogado várias vezes durante o treinamento e que os instrutores o obrigaram a continuar, mesmo com o estado físico debilitado. Já o Corpo de Bombeiros determinou a abertura de um inquérito policial para investigar o que de fato ocorreu no dia da aula prática.
“A tenente não vai mais fazer parte dos treinamentos do pelotão. Vamos apurar os fatos e entre 30 e 50 dias deve ser concluída [a investigação]”, declarou o coronel Alessandro Borges Ferreira, responsável pelo inquérito.
Aproximadamente 30 alunos participavam do curso e eram supervisionados por cinco coordenadores, entre eles a tenente e um coronel. Todos que estavam no local serão ouvidos no inquérito aberto pelos bombeiros.
O velório do corpo de Rodrigo ocorreu nesta quarta-feira (16) em Cuiabá e foi levado também para Tangará da Serra, a 242 km de Cuiabá. O enterro está previsto para ocorrer na tarde desta quinta-feira (17).
Gravação
Uma gravação, divulgada pela TV Centro América, que seria de um dos instrutores do curso de formação, um militar faz ameaças ao grupo de alunos ao qual Rodrigo pertencia. No áudio, ele faz ameaças caso eles fizessem denúncias do que ocorria durante os treinamentos.
“Ninguém tem medo de processo na Justiça também. Você que entrou ontem não tem moral nenhuma pra processar quem tá aqui. Processa, processa! Ai, tortura, é não sei o quê…não sei o quê”, ironizou o militar.
O caso
Rodrigo queixou-se de dor de cabeça durante a realização das aulas. O aluno realizava uma travessia a nado na lagoa e quando chegou à margem informou o instrutor que não conseguiria terminar a aula.
Em seguida, segundo os bombeiros, ele foi liberado e retornou ao batalhão e se apresentou à coordenação do curso para relatar o problema de saúde. O jovem foi encaminhado a uma unidade de saúde e sofreu convulsões.
Nas mensagens enviadas por um aplicativo de telefone, Rodrigo alerta a mãe sobre o que poderia acontecer. “Se você não conseguir, passar mal, sei lá. Até eles te pegarem e verem que você não está de corpo mole”, diz a mensagem.
Horas depois, Rodrigo volta a falar com a mãe e mandou a última mensagem antes de ser internado em coma. “Não consegui. Estou mal. Vou para a coordenação”, diz trecho da mensagem.
Ainda segundo a nota dos bombeiros, o jovem vinha apresentando os mesmos sintomas quando era submetido a esforços físicos. A família contesta a versão dos bombeiros. A mãe do rapaz, Jane Patrícia Lima Claro, declarou que o rapaz sempre teve acompanhamento médico, não tinha problemas de saúde e foi aprovado em todas as fases e exigências do concurso para ser bombeiro.
Ela negou que o filho reclamava de dores de cabeça. De acordo com laudo preliminar da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), a causa da morte é indefinida e um novo laudo será emitido no prazo de 15 dias.