A cantora de soul Sharon Jones morreu aos 60 anos na noite desta sexta-feira (18), informou seu perfil oficial no Facebook. Ela lutava, desde 2013, contra um câncer no pâncreas, diz a nota.
Sharon nasceu na Georgia, nos Estados Unidos. Cantora desde criança nos corais de igreja das missas dominicais, Jones atingiu a fama depois dos 40 anos. Ela foi descoberta em meados dos anos 1990, ao fazer os vocais de apoio em uma apresentação do cantor Lee Fields. A cantora também fez participações em shows e álbuns de Lou Reed, David Byrne e Fat Boy Slim. Em 1996, lançou seu primeiro álbum.
Enquanto o reconhecimento não chegava, a cantora se virava como podia. Tanto que, por alguns anos, foi conhecida como “oficial Jones”, enquanto trabalhava como guarda na prisão da Ilha Rikers, em Nova Iorque.
Sem saudade da prisão
Ela afirmou, ao G1, que não sentia falta dos dias em que trabalhou como segurança de um carro forte. “A época me ajudou muito a me tornar a mulher que sou hoje, me ajudou a crescer e sou muito grata. Mas eu nunca me peguei pensando ‘nossa, quem me dera ainda ser guarda de prisão'”, disse, rindo.
Ela foi obrigada a dar uma pausa na carreira após receber o diagnóstico com um câncer no ducto colédoco, que faz parte do sistema digestivo. Teve que lutar contra a mesma doença que vitimou sua mãe em 2011.
Mas o afastamento do microfone não significou uma distância do público. A cantora fez questão de compartilhar com os fãs todas as etapas do tratamento. “Achei que era meu dever ser franca e mostrar que é possível superar o câncer. Se eu inspirei pelo menos uma pessoa, já valeu a pena”, contou ela.
Com a doença superada, Jones voltou ao Brasil em 2015 na turnê do seu sexto disco “Give the people what they want”, lançado em 2014, e se apresentou em Porto Alegre, Curitiba, São Paulo e no Rio de Janeiro.