O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu nesta terça-feira (22) que o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, continue exercendo sua função no Palácio do Planalto.
“Nós precisamos que o ministro Geddel continue no governo”, disse, após participar de palestra a empresários em São Paulo. Como chefe da Secretaria de Governo, Geddel é responsável pela articulação política entre Planalto e o Congresso.
Nesta segunda (21), por unanimidade, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu abrir um processo para apurar a conduta de Geddel em episódio que culminou na demissão de Marcelo Calero do comando do Ministério da Cultura.
A sindicância vai analisar a denúncia de Calero de que teria sofrido pressão do titular da Secretaria de Governo para liberar um empreendimento imobiliário de alto luxo no centro histórico de Salvador no qual Geddel havia comprado um apartamento.
No mesmo dia em que a investigação interna foi aberta, o presidente Michel Temer anunciou, por meio do porta-voz da Presidência, Alexandre Parola, que Geddel será mantido no cargo.
“O ministro Geddel tem apoio do parlamento, tem confiança do parlamento, tem exercido papel fundamental para o governo na articulação política”, disse Maia.
“O papel que ele exerce foi vital na aprovação da PEC do teto [dos gastos públicos] e será fundamental na reforma da Previdência. Vamos continuar apoiando”, afirmou o presidente da Câmara, ao defender que “essa página seja virada”.
aia disse ainda que “tráfico de influência não é bom”, mas ressaltou que, para ele, isso não ocorreu no caso envolvendo Geddel e Calero.
Renan Calheiros
Também nesta terça, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou a jornalistas que o episódio envolvendo o ministro da Secretaria de Governo é um “fato superado”.
Para o peemedebista, houve uma “interpretação indevida” dos fatos e, neste momento, é preciso deixar as denúncias para trás. “E que a convergência seja novamente construída”, defendeu Renan.
O presidente do Senado também negou que o fato vá atrapalhar a aprovação de matérias de interesse do governo.
“Esse episódio, primeiro, é um episódio superado. Segundo, não vai afetar a perspectiva que nós temos na apreciação das matérias no Senado Federal. O que nós temos é que avançar nas reformas, não só essas reformas que estão aí, mas as outras reformas que estão tramitando, para que nós possamos no curto espaço de tempo retomar o crescimento econômico do Brasil”, disse.