O Centro de Alta Complexidade em Oncologia da Santa Casa de Maceió, por exemplo, disponibiliza 25 consultas de triagem semanais para esses pacientes do SUS, mas o hospital tem recebido entre 7 e 10 usuários. Como se explica essa ociosidade?
“Para tentar solucionar este problema, no início do ano definimos um fluxo de assistência que deixa a cargo do setor de marcação de consultas dos postos de saúde a responsabilidade por agendar a consulta de triagem junto ao Cacon da Santa Casa de Maceió ou do Hospital Universitário. O paciente não precisa procurar o Cora e nem os hospitais”, explicou Andrea Barbosa, do Núcleo de Ações Estratégicas de Doenças Crônicas de Maceió.
A representante da Secretaria de Saúde de Maceió explicou que este fluxo ainda não está disseminado em alguns postos de saúde, o que faz o paciente ficar sem a informação, retarda a confirmação do diagnóstico e, por tabela, o início do tratamento, reduzindo as chances de cura.
Considerando que Alagoas registra uma média de 1.300 casos novos por ano, segundo a Secretaria de Estado da Saúde, esta ociosidade é, no mínimo, alarmante.
A gestora da Linha Oncológica da Santa Casa de Maceió Aishá Gois explica que o problema atinge apenas os pacientes ainda sem o diagnóstico confirmado da doença. Para os demais as dificuldades são menores, pois eles podem procurar os Cacons diretamente sem o intermédio de regulação.
Esses e outros temas ligados à prevenção do câncer em Alagoas foram discutidos em encontro realizado na manhã desta quinta (24/11) na Santa Casa de Maceió. O encontro foi motivado pelo Ministério Público e articulado junto com o Núcleo do SUS e o Núcleo de Ações Estratégicas de Doenças Crônicas de Maceió.
A coordenadora médica da Quimioterapia, a oncologista Andréa Albuquerque, explicou que o encontro reuniu médicos e enfermeiras do Programa Saúde da Família abordando questões clínicas voltadas para o diagnóstico precoce do câncer. “É de conhecimento de todos que o tratamento nos estágios iniciais aumenta as chances de cura. É nesse momento que a assistência médica e o rápido encaminhamento do paciente são decisivos”, disse Andréa Albuquerque.
Além da própria Andréa Albuquerque, se intercalaram ao microfone os oncologistas Marcos Davi, Divaldo Alencar, Fabrísia Coutinho, o radioterapeuta Marcel Davi, a médica residente Monique Ramalho, o coordenador do Núcleo do SUS Roberto Firpo e Andrea Barbosa.
“Tivemos a presença de 110 médicos e enfermeiros, número que superou as expectativas. Espero que o nosso trabalho de articulação junto com o município de Maceió seja positivo para os pacientes oncológicos”, disse o coordenador da Radioterapia, o oncologista Marcos Davi.
O evento contou com a participação da gerente Maria Alayde Rivera, da Divisão de Ensino e Pesquisa da Santa Casa de Maceió, e sua equipe.