Cardiologista dá dicas de primeiros-socorros para os dias mais quentes do verão

Desidratação, câimbras, exaustão e insolação são alguns dos problemas de saúde causados pelas altas temperaturas. Em pessoas predispostas, essas alterações, somadas à desidratação, podem prejudicar o sistema cardiovascular aumentando os ricos de infartos e derrames

VerãoO verão se aproxima e alguns cuidados com a saúde são fundamentais para aproveitar o período sem complicações e imprevistos. As oscilações térmicas abalam a saúde, particularmente durante o verão. Com a temperatura global em ascensão, o número de ondas de calor tende a aumentar. Típicas desta época do ano, elas são associadas a eventual aumento de eventos cardiovasculares.

Definidas por períodos de cinco dias seguidos em que a temperatura fica 5ºC acima da média, as ondas de calor têm sido frequentes e preocupam cada vez mais. Em decorrência da elevação sem trégua dos termômetros, a Organização Mundial da Saúde (ONU) estima que, entre 2030 e 2050, cerca de 250 mil pessoas morrerão anualmente. E as causas são diversas: câimbras, exaustão, insolação, infartos e derrames. “Em altas temperaturas, as variações da pressão arterial podem ocorrer e, associada a quadros de desidratação, predispor a problemas cardíacos sérios”, explica o cardiologista e intensivista Dr. Hélio Penna Guimarães, médico pesquisador do Instituto de Pesquisa do HCor – Hospital do Coração.

Bebês, crianças e idosos são especialmente mais vulneráveis a essas emergências. É importante, segundo orienta o cardiologista do HCor, verificar a condição de saúde com frequência durante períodos de muito calor e garantir que elas bebam bastante líquido. Pela gravidade, tais situações pedem cuidados médicos de emergência. No entanto, alguns desconfortos podem ser evitados com medidas simples e fáceis de seguir. Confira quais são os problemas mais comuns e saiba como agir diante de cada situação.

Desidratação
Com as altas temperaturas, ocorre suor excessivo, que leva à perda de líquidos e sais minerais. Tontura e mal-estar, por exemplo, são alguns dos sinais de alerta. “A perda de água pode promover variação da pressão arterial, aumento da viscosidade do sangue, associando risco adicional para eventos cardiovasculares graves”, explica o cardiologista.

Câimbras
Caracterizam-se por espasmos musculares dolorosos, geralmente nas panturrilhas, braços, músculos estomacais e nas costas. “As câimbras são especialmente perigosas em pessoas com dietas pobres em potássio. Uma bolsa de água e gelo, envolta em uma toalha, pode ser aplicada ao músculo dolorido por até 20 minutos, se a pessoa conseguir tolerar”, recomenda o cardiologista.

Exaustão
Propiciada pela perda excessiva de água através da transpiração, a exaustão leva a quadros de náusea, tonturas, vômitos, sensação de desmaio, fadiga e, muitas vezes, evolui para internação e insolação. “Essa situação pode ser mais grave em pessoas idosas e com hipertensão arterial. Diante deste quadro, procure manter a pessoa deitada em um local arejado. Reduza a temperatura da pessoa aplicando toalhas úmidas ou pulverizando água fresca em seu corpo”, orienta Dr. Guimarães.

Insolação
Potencialmente fatal, devido à perda de consciência, lesões generalizadas e convulsões, que ocorrem após longos períodos sob o sol forte, é necessário, de acordo com o cardiologista do HCor, agir rapidamente. “O ideal é levar a vítima a um local arejado e borrifar água fria por todo o corpo. Se a vítima estiver desperta e capaz de engolir, ofereça água fresca ou um isotônico”, alerta Dr. Guimarães.

Previna-se!
Essas situações ocorrem com mais frequência em pessoas com sobrepeso, idosos, crianças e naquelas que consomem bebida alcoólica em excesso – se beber, alterne com a ingestão de água de forma mais abundante. A melhor maneira de evitar esses problemas é ficar na sombra ou em um lugar ventilado durante os horários mais quentes, entre 14 e 17 horas. “Se precisar sair, é importante tomar algumas precauções, como vestir roupas leves e de cores claras, evitar bebidas alcoólicas, descansar sempre que possível e, o mais importante, é ter à mão uma garrafinha de água”, sugere Dr. Guimarães.

Fonte: HCor

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