Diretores e técnicos da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) trabalham na definição de medidas para garantir o abastecimento de Palmeira dos Índios, que se encontra ameaçado devido ao baixo nível da barragem Carangueja, que responde por aproximadamente 70% da água fornecida à cidade.
Algumas ações já estão em andamento, enquanto outras dependem de obras e serviços de engenharia, que demandam recursos milionários e tempo para execução. Uma das medidas já adotadas pela companhia foi a solicitação ao Gabinete Civil que coordene um acompanhamento da crise hídrica, que reunirá diversos órgãos estaduais (Casal, Seinfra, Semarh, Seagri, Sesau, Defesa Civil, Secom) e a Associação dos Municípios Alagoanos (AMA).
A companhia também vai intensificar o combate ao furto de água nas adutoras e, por outro lado, sensibilizar a população para que faça o uso racional e sem desperdício. Como medida operacional de curto prazo, a Casal pretende enviar água do Sistema do Bálsamo – que abastece Estrela de Alagoas e Minador do Negrão – para o povoado Canafístula, que fica em Palmeira dos Índios.
“Desse modo, a água que chega à cidade de Palmeira não precisará mais ser dividida com Canafístula. Por outro lado, também pretendemos, a médio prazo, complementar o abastecimento de Palmeira via Igaci, ou seja, com água do Sistema Coletivo do Agreste oriunda do rio São Francisco”, acrescentou o presidente da companhia, Clécio Falcão.
Outra medida, segundo ele, que será adotada pela empresa, é a realização do desassoreamento da barragem Carangueja, com o objetivo de aumentar a capacidade de reservação.
Já as medidas de longo prazo, que incluem obras e serviços de engenharia em estudo pelos técnicos da Casal, incluem a transposição de água da barragem Caçamba. O custo estimado para essa obra é de R$ 12 milhões e a água teria que ser deslocada cerca de 5 quilômetros, entre a barragem Caçamba e uma área que contribui para a barragem Carangueja.
“Outro estudo, para uma obra de médio prazo, seria transpor água da barragem do Bálsamo para o sistema que abastece Palmeira”, complementou Clécio Falcão. Para que essas duas obras sejam possíveis, segundo ele, a Casal está mobilizando o governo do Estado e o governo federal no sentido de captar recursos.
Atualmente, o abastecimento de Palmeira dos Índios já é realizado por meio de rodízio. Algumas áreas ficam até 4 dias sem água. Além da barragem Carangueja (70%), a cidade também recebe água da barragem Caçamba – cerca de 30%.
As cidades abastecidas pela Casal – a empresa opera em 77 dos 102 municípios alagoanos – que estão em situação de iminente colapso no abastecimento são: Mar Vermelho e Senador Rui Palmeira; as que estão na iminência de entrar em colapso: Canapi, Inhapi, Mata Grande, distrito de Piau, em Piranhas, Campo Alegre, Taquarana, Craíbas, Igaci, Coité do Nóia e Arapiraca; as que estão com dificuldade no abastecimento: Palmeira dos Índios, Minador do Negrão, Estrela de Alagoas, Ibateguara, Messias, Santa Luzia do Norte, Colônia Leopoldina, Rio Largo, Murici, Novo Lino, Satuba, Maragogi, Porto de Pedras e Matriz do Camaragibe.