Ministro da Integração comenta possível racha da base aliada após Lava Jato

João Urtiga / Alagoas 24 HorasDSC_7899

Apesar da ameaça das investigações da Lava Jato e da lista cada vez crescente de envolvidos com base na delação do ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, Cláudio Melo Filho, no início de dezembro, o ministro da Integração nacional Helder Barbalho, em visita à Maceió, na manhã desta segunda-feira (19), tratou de minimizar o fato, apesar de não comentar diretamente o processo que investiga o presidente Michel Temer (PMDB).

Com a queda sucessiva de cinco ministros em pouco mais de sete meses de governo Temer, quase todos por conta de investigações, Helder Barbalho disse que sente qualquer pressão sobre o seu cargo. O ministro fala ainda que não acredita em um rompimento de interesses entre os poderes Legislativo e Executivo nesse momento de crise.

“Não creio, pelo contrário, o parlamento tem sido proativo junto ao governo federal, o presidente tem tido toda a sabedoria e habilidade para prestigiá-lo e entende o que é fundamental para construir esse processo de transição e de reencontro com o desenvolvimento. A construção da base passa pela pauta junto ao Congresso Nacional”, garante.

Para exemplificar isso, o ministro lembra as recentes pautas polêmicas apresentadas pelo governo Temer, como a aprovação da PEC do Teto de Gastos e o debate ocorrido em torno da Previdência. O “sucesso” de ambas as pautas são vistas por Barbalho como um fator de aliança em meio às investidas do Judiciário e as quedas de ministros.

“O Congresso tem demonstrado a sua responsabilidade em um momento em que aprova o Teto de Gastos e que se dispõe também ao debater a Previdência, portanto são assuntos estratégicos e estruturantes e sem dúvida alguma a compreensão destes é o futuro do país. Não é apenas o governo, seja ele transitório ou não, isso tem sido um ponto determinante para o sucesso do reencontro com o crescimento”, avalia.

A nova delação da Lava Jato em que consta o nome do presidente Michel Temer foi divulgada no dia 10 de dezembro. No mesmo documento de 82 páginas, o delator afirma que Temer pediu “apoio financeiro” para Marcelo Odebrecht no intuito de realizar as campanhas do PMDB em 2014. Os nomes do ministro Eliseu Padilha, da Casa Civil, dos presidentes da Câmara Federal, Rodrigo Maia (PMDB-RJ) e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também foram citados.

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