Brasília – Um dos emissores de cartão de crédito que mais crescem no País, o Nubank ameaça fechar as portas se o Banco Central confirmar, nesta terça-feira, 20, uma mudança drástica no prazo de pagamento das vendas aos lojistas.
A cofundadora da empresa, Cristina Junqueira, afirma que reduzir de 30 para 2 dias o prazo, como vem sendo ventilado em Brasília, vai representar o fim do negócio.
A intenção de mudar o prazo foi oficializada na quinta-feira pelo presidente Michel Temer e pelo Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, durante lançamento do pacote para impulsionar a economia.
Atualmente, quando um consumidor paga algo com cartão, o lojista leva 30 dias para receber – prazo maior que o visto em outros países, como os EUA, onde a demora é de dois dias. Para o governo, o encurtamento do processo vai favorecer o varejista e contribuir para a retomada da atividade.
O problema, segundo Cristina, é que a mudança trará um custo adicional para todos os emissores de cartões de crédito, do Nubank aos bancos maiores, que dominam o mercado.
A diferença é que o Nubank e os emissores menores não têm a mesma capacidade de financiamento de gigantes como Itaú Unibanco, Bradesco e Santander.
“Atualmente, um cliente que usa o cartão pagará a fatura, em média, 26 dias depois. Assim, o Nubank, como emissor, receberá o dinheiro apenas após este prazo”, explica Cristina. “Com o dinheiro, pagamos o adquirente (operador do cartão), que leva mais dois ou três dias para pagar o varejista. Isso dá o prazo de 30 dias”, descreve.