Após as 60 mortes que ocorreram em um intervalo de 24 horas em quatro presídios do Amazonas, secretário de Segurança Pública do estado, Sérgio Fontes, disse nesta terça-feira (3) que o Estado não perdeu o controle dos presídios e afirmou que as mortes ocorridas no sistema prisional do estado não vão ficar impunes.
“Nós não perdemos o controle do sistema prisional. O sistema prisional continua sob controle. O que aconteceu, aconteceu nos primeiros minutos de rebelião. Nós não teríamos, realmente, como evitar. Quando chegamos lá, as mortes já haviam ocorrido e só restava negociar”, disse.
No Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) a rebelião durou 17 horas, vitimando 56 presos. Houve ainda mais quatro mortes na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), na Zona Rural de Manaus. Os detentos do Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM) e no Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat) também se rebelaram.
Força-tarefa
Sérgio Fontes disse que um Comitê de Gerenciamento de Crise do Sistema de Segurança Pública foi criado e atua no caso. Dois inquéritos policiais, um para apurar a mortes no Compaj e outro a fuga no Ipat foram instaurados. “Com certeza, nós não vamos ter mortes sem punição. Não teremos isso, tem que haver uma consequência para essa barbárie”, disse.
Uma força-tarefa também foi montada para apuração das mortes. O Governo Federal ofereceu, na segunda-feira (2), o envio de homens da Força Nacional de Segurança ao Amazonas, mas o governador, José Melo, recusou o auxílio.
O ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes, e o governador do Amazonas se reuniram da noite de segunda, horas após o fim da rebelião no Compaj. Moraes anunciou que os responsáveis pelo massacre serão transferidos para presídios federais assim que identificados.
“Para os líderes que participaram do massacrem haverá o pedido de transferência para presídios federais. Aqui nos colocamos à disposição para ajudar na transferência das lideranças e ainda para a identificação dessas lideranças. Colocamos também à disposição do Instituto Médico Legal (IML) todo o apoio técnico e pessoal necessário para acelerar a identificação dos corpos. Vamos reforçar o apoio à segurança pública. Estamos aqui para auxiliar o estado para que o mesmo possa voltar a normalidade”, disse Moraes.
Além da rebelião foram registradas 184 fugas no sistema prisional. No Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), 72 presos fugiram, e no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), 112. Quarenta presos foram recapturados, mas 144 seguem foragidos, segundo o último balanço do governo.