O presidente Michel Temer afirmou nesta quarta-feira (18) que a crise nas penitenciárias do país é um “drama infernal” que levou o governo, após conversas com setores da Defesa, a autorizar operações das Forças Armadas em busca de armas, drogas e outros objetos proibidos em presídios.
Um decreto assinado por Temer e publicado no “Diário Oficial da União” determinou que pelos próximos 12 meses as Forças Armadas poderão entrar nos presídios para fazer inspeções, desde que haja solicitação dos governadores dos estados.
O presidente comentou essa medida em um discurso em evento para anunciar liberação de crédito para micro e pequenas empresas.
“Pela primeira vez, um drama infernal que ocorre hoje nas penitenciárias do país … Nós tivemos um diálogo muito produtivo com setores de Defesa, Forças Armadas, e as Forças Armadas se dispuseram a fazer as inspeções nos presídios, porque elas têm uma grande credibilidade, em primeiro lugar. E em segundo lugar uma grande autoridade”, afirmou o presidente.
Temer ressaltou que os homens das Forças Armadas não vão entrar em contato com os presos. As inspeções serão realizadas, de acordo com o governo, em um momento que os detentos forem levados pela polícia local para fora da cela.
“Não terão, evidentemente, contato com os presos, mas terão, isto sim, a possibilidade da inspeção em todos os presídios brasileiros. É uma ousadia, mas uma ousadia que o Brasil necessita e que dá certo. Esta é a grande realidade”, concluiu o presidente.
Operações nos presídios
Mais cedo, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, apresentou explicações sobre como serão as operações das Forças Armadas nos presídios. Assim como Temer, ele ressaltou que não haverá contato com os presos.
O ministro disse que, inicialmente, o governo prevê a mobilização de mil homens. No entanto, ele disse que esse número pode aumentar dependendo da demanda dos governadores. Jungmann disse que, até o momento, nenhum governador pediu o auxílio das Forças Armadas nos presídios. No entanto, o ministro acredita que os primeiros pedidos possam ocorrer ainda nesta quarta-feira, quando Temer se reunirá com governadores do Norte e de Mato Grosso.