O delegado Lucimério Campos, que integrava a equipe da Delegacia de Homicídios divulgou, em uma rede social, uma carta aberta, em tom de desabafo, na qual informa aos amigos seu desligamento dos quadros da Polícia Civil de Alagoas. Na carta, Campos critica o Estado pelo enfraquecimento da instituição e conclama os colegas a reagirem e “assumirem o papel de protagonistas na sociedade”.
Em um dos trechos da carta, Lucimério Campos conta que sempre quis atuar como delegado, no entanto, ao longo de sua carreira tem visto a instituição perdendo forças e os pares perdendo credibilidade em função da corrupção. “Esse desmonte vem do Governo e, infelizmente, de dentro de nossa própria casa. Talvez, sejamos o único Cargo de Estado onde os próprios pares entregam suas atribuições (prerrogativas) em troca de interesses pessoais de poder”, diz a carta.
O Alagoas24horas tentou conversar com o Lucimério, por telefone, mas não obteve êxito. Também entramos em contato com a assessoria de comunicação da Polícia Civil, sem sucesso.
Lucimério integrou, recentemente, a comissão de delegados responsáveis pela investigação da morte da jornalista Márcia Rodrigues, ocorrido em agosto do ano passado, em Paripueira.
Confira a carta na íntegra:
“Pois bem, por motivos pessoais e profissionais, resolvi pedir exoneração e começar de novo. Calhou com esse contexto o convite profissional recebido, o qual me deixa em situação confortável seja pra recomeçar os estudos seja pra desenvolver uma atividade outrora por mim já executada.
Fico muito consternado neste momento, porque queria estar vivendo outra realidade na nossa categoria. Entretanto, a PCAL tem nomes valorosos e capazes de mudar o estado atual de coisas. Temos excelentes profissionais nos três cargos da Instituição, que têm aptidão pra proceder as mudanças necessárias. Notadamente entre os Delegados, temos quadros de destacada competência e honestidade que assim que tiverem uma oportunidade transformarão a Polícia Judiciária alagoana. Mas para isso precisamos acordar e exercer essas virtudes. Não podemos nos deixar ser consumidos por esse complexo de vira-latas. Ainda há tempo pra categoria se impor e assumir seu papel de protagonista na sociedade. É isso que temos que acreditar com esse movimento que ora se inicia. Outros excelentes nomes vão se engajar durante o curso da luta. Ficarei acompanhando de fora e torcendo bastante, porque além de admirar muito o cargo que ora deixo, manterei muitos AMIGOS na Instituição.
Um forte abraço a todos!! Obrigado pela lição de vida!”