A partir do projeto de extensão Orquestra Jovem da Escola Técnica de Artes (ETA), as professoras Miran Abs e Débora Borges criaram a Orquestra Pedagógica da Universidade Federal de Alagoas. A proposta surge como um espaço de formação musical instrumental coletiva, voltada aos alunos de Música da instituição. Esse projeto está diretamente ligado à Pró-reitoria de Extensão (Proex).
Esse espaço educativo musical vai beneficiar alunos dos cursos técnico, de graduação e de extensão em Música da Ufal, que terão a oportunidade de desenvolver habilidades em um espaço de práticas coletivas. “O projeto contempla diversos aspectos extremamente relevantes. O primeiro é que possibilita um maior acesso à cultura elaborada socialmente construída e historicamente acumulada da música às crianças e aos jovens alagoanos”, disse Joelma Albuquerque, pró-reitora de Extensão.
E completa: “Esse tipo de conhecimento, que consideramos clássico e que é clássico porque sobreviveu ao tempo devido a sua importância para a humanidade, é fundamental para o desenvolvimento do pensamento elaborado, sistemático, e seus aspectos estéticos, artístico e, até mesmo, a elaboração das emoções que estão tão rebaixadas e destruídas em nossa sociedade. Nesse sentido, é um projeto valoroso comandado pelas professoras Miran Abs e Débora Borges”.
Para a pró-reitora, outro aspecto importante de ser ressaltado é que o projeto fortalece os cursos de Música da ETA e dagraduação. “Ressalto esse fortalecimento, uma vez que confronta e desafia os estudantes, ainda no processo de formação, a participarem de um projeto coletivo que contribui significativamente para a apropriação do conhecimento da música, conhecimento pedagógico e aquilo que não aprendemos assistindo aulas: as relações complexas entre as pessoas que, de forma organizada, compõem um lindo espetáculo, além do contato com os estudantes das escolas que enriquece a aprendizagem de todos”, ressaltou.
Segundo Joelma, a Orquestra Pedagógica também terá um papel crucial no novo projeto da Orquestra Sinfônica da Ufal, que está passando por um processo de reestruturação. “Vamos criar um ciclo sustentável, democratizando o acesso à Orquestra Sinfônica que está sendo reestruturada. A Orquestra Sinfônica precisa ser um espaço para os estudantes, professores e técnicos dos cursos de Música da ETA e da licenciatura em Música. Que o produto artístico de um dos mais brilhantes equipamentos culturais ligados à música em nosso Estado possa expressar o relevante e primoroso trabalho de nossa comunidade acadêmica. Neste sentido, também tem relevância a Orquestra Pedagógica da Ufal, que está aberta ao diálogo com a sociedade e também será uma base sólida para nossa Orquestra Sinfônica”, revelou.
Ações educativas
A OPU não vai trabalhar apenas com os alunos da Ufal. A proposta é ir, também, às escolas públicas – municipais e estaduais – e às comunidades onde há alto índice de crianças em vulnerabilidade social. De acordo com Miran, a orquestra vai realizar concertos didáticos. “Estamos vinculados à Proex e pretendemos desenvolver ações educativas-culturais visando a democratização do acesso à música instrumental dentro e fora da Universidade”, destacou.
A professora explica, ainda, que essa orquestra surge num momento importante, no qual a Universidade vem desenvolvendo ações significativas, voltadas à música, à dança e ao teatro. “Queremos contribuir para o fortalecimento das artes dentro da Ufal. Uma das nossas propostas para descortinar a música instrumental é apresentar, durante os concertos, um repertório acessível, formado a partir de composições já conhecidas do grande público e de músicas de compositores brasileiros e europeus de forma didática”, completou.