Inaugurado apenas há duas semanas, o Laboratório de Genética Forense do Instituto de Criminalista de Alagoas realizou um balanço, nesta sexta-feira (24), das atividades desenvolvidas nos primeiros dez dias de funcionamento. Nesse curto período de tempo foram analisadas 29 amostras de 12 casos referentes à identificação humana.
De acordo com a chefe do laboratório, a perita criminal e bióloga Rosana Coutinho, os exames foram iniciados ainda durante o treinamento de preparação para a utilização do analisador genético, ocorrido na semana de 6 a 10 deste mês.
Ela explicou que os laudos concluídos são referentes a corpos que deram entrada no Instituto de Medicina Legal de Arapiraca, já em estado de esqueletização, quando não é possível outro meio de identificação que não seja o exame de DNA.
Desse total de análises, quatro exames obtiveram resultados positivos com a identificação de cadáveres até então registrados no IML como não identificados. Os outros oito casos estão passando por um processo de reanálise para conclusão dos respectivos laudos.
O primeiro caso concluído foi de uma mãe que procurava um filho desaparecido há dois anos, no município de Campo Alegre, interior do Estado. Após realizar o confronto genético entre as amostras da suposta mãe, com as amostras retiradas da ossada humana masculina, a perita chegou à conclusão que se tratava realmente de mãe e filho.
O segundo caso foi a identificação de uma ossada humana, vítima de arma branca encontrada em abril de 2015, na zona rural do município de Batalha. O material genético foi comparado com o material biológico de uma mulher, que se apresentou à autoridade policial como mãe da vítima. Nesse caso, o resultado de DNA também deu positivo.
“Com o resultado positivo desses exames de identificação da vítima, a investigação que apura o inquérito de homicídio da pessoa, que até então era considerada desaparecida, será retomada. Além disso, o lado humanizado do exame permitirá aos parentes realizar o sepultamento da ossada, agora identificada, e resolver questões burocráticas relacionadas à vítima e sua família”, destacou Rosana Coutinho.
O exame também permite identificar o sexo da vítima, como ocorreu no caso de uma ossada humana localizada em um canavial da Fazenda Santa Maria, Vila Bananeira, em Arapiraca. O corpo estava em meio a um canavial, parcialmente queimado e em avançado estado de decomposição, não sendo possível, portanto, definir se era um cadáver de homem ou de mulher. Após as análises ficou comprovado cientificamente que se tratava de uma vítima do sexo feminino, cujo material biológico foi comparado com amostras de duas supostas filhas, dando positiva a relação de maternidade.
O quarto caso concluído positivamente foi referente a um achado de cadáver no Sítio Pau Ferro, localizado na zona rural de Cacimbinhas, em janeiro do ano passado. O material genético retirado de três elementos dentários foi comparado com amostras de dois irmãos da vítima.
Todos os laudos dos exames concluídos estão sendo encaminhados para o IML/Arapiraca e para as delegacias responsáveis pela investigação dessas mortes. A expectativa de Rosana Coutinho é que, a cada semana, o passivo de exames existentes vá diminuindo com a realização de novos exames no Laboratório de Genética do IC de Alagoas.