Em meio à polêmica sobre a possibilidade de Alagoas ter registrado ou não a presença do vírus da febre amarela, o secretário de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau), Christian Teixeira, veio a público, na tarde desta sexta-feira (31), desmentir a informação veiculada pela própria secretaria de que o primata encontrado morto em uma mata no Tabuleiro do Martins estaria com febre amarela.
Segundo o secretário, para dar a confirmação de que o animal estaria infectado, dois dos três testes realizados pelo Instituto Evandro Chagas teriam que ter dado positivo, quando na realidade apenas um apontou a presença do vírus. A declaração foi dada três dias após a própria secretaria ter informado, em nota, que o macaco encontrado morto em agosto de 2016, estava com a febre amarela, o que gerou preocupação à população.
“Inicialmente foi divulgado justamente a primeira técnica que deu positiva. Só que depois que fizeram esses dois últimos exames, deu negativo. Houve então uma questão de falha na comunicação, eu tenho que confiar justamente na nota técnica emitida pelo Ministério da Saúde que me assegura que esses dois últimos testes deram negativos”, afirma o secretário.
A morte do macaco foi atribuída a casos banais como um possível atropelamento. “Macacos não só morrem com suspeita da febre amarela, o animal foi atropelado”, garante o secretário.
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O gestor ressaltou ainda que uma contraprova foi solicitada a fim de afastar em definitivo o risco. “Esses testes foram enviados ao Instituto Evandro Chagas, no Pará, e lá eles ficam liberando esses resultados dos exames em momentos distintos, de forma gradativa, pois são técnicas diferentes, mas já solicitamos uma contraprova”, tenta justificar o secretário.
Ainda assim, Christian Teixeira lembra que não há motivos para pânico. As vacinas não são consideradas pelo Ministério da Saúde o primeiro passo no combate a uma possível epidemia, e sim, a determinação da área de contaminação. “Isso foi um dos motivos de eu ter me deslocado à Brasília essa semana para trazer mais doses da vacina, e o argumento que eu recebi do ministro [Ricardo Barros] é que a vacina não é o primeiro passo, ela somente previne que a população não seja contaminada, mas, primeiro, eu preciso saber qual área de contaminação”, explica o secretário.
Agora, o Ministério da Saúde deve encaminhar uma equipe para auxiliar técnicos da secretaria na coleta de dados e identificar possíveis locais infectados. A data, porém, não foi definida. O secretário pede ainda que quem achar macacos mortos que procure a Secretaria de Saúde ou o Ibama para que exames possam ser solicitados.