Uma disputa judicial resultou na exoneração de dois peritos criminais dos quadros do Estado. Os peritos foram aprovados no concurso de 2014, com previsão de 20 vagas, e haviam conseguido o ingresso por meio de decisão judicial. Atualmente, o estado possui 48 peritos criminais em atividade estritamente pericial.
A exoneração ocorre menos de um mês após a inauguração do Laboratório de Genética Forense pelo governador Renan Filho (PMDB), ocorrida no último dia 10 de março. Há época, o chefe do executivo afirmou que a inauguração do laboratório seria determinante para atender a demanda reprimida de exames no Estado.
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No dia 21 de fevereiro deste ano, o Diário Oficial do Estado (DOE) trouxe a convocação dos peritos Marina Lacerda Mazanek e Marek Henryque Ferreira Ekert para a segunda turma do curso de formação para perito criminal com especialidade em biomedicina/ciências biológicas e perito criminal com especialidade em física.
Os peritos já haviam obtido na Justiça uma medida cautelar determinando a sua posse, uma vez que eles haviam se classificado dentro do número de vagas prevista no edital do concurso realizado no ano de 2014 e a Procuradoria Geral do Estado (PGE) emitiu parecer pela legitimidade da nomeação dos dois peritos.
O caso, no entanto, sofreu uma reviravolta no último dia 16 de março, quando foi assinado um decreto pelo governador Renan Filho, publicado na página 62 do Diário Oficial do Estado, que torna inválida a posse dos peritos.
O problema se avolumou quando a perita Marina Mazanek, sem conhecimento do afastamento, realizou a perícia no corpo da jovem Jaciara Nicácio, encontrada morta no último domingo, 2 de abril, em Lagoa do Pau, Coruripe. Para o presidente do Sindicato dos Peritos Oficiais em Alagoas (Sinpofal), Paulo Rogério Ferreira, o levantamento realizado pela perita será anulado, uma vez que ela não mais estava habilitada para exercer a função.
A perita também é responsável pelo laudo do crime que teve como vítima a menina Thaise Maria da Silva Santos, de 10 anos, encontrada morta no banheiro de casa em fevereiro desse ano, em Maceió, e cujo principal suspeito é o seu meio irmão. Nesse caso, segundo Paulo Rogério, o caso pode ser comprometido uma vez que um segundo perito seria convocado e ele só poderia realizar um exame indireto.
O Alagoas24horas aguarda um posicionamento oficial da PGE para saber que medidas serão adotadas a partir de agora.