Com a suspensão da circulação do transporte coletivo urbano, a greve geral está refletindo no comércio, na manhã desta sexta-feira (28). No Centro, algumas lojas estão fechadas, as que abriram mantêm movimentação mínima de clientes, mesmo com o anúncio da Aliança Comercial de que o Centro iria funcionar normalmente.
Mesmo entre os poucos trabalhadores que foram trabalhar, o entendimento é de que a paralisação que ocorre em todo o Brasil é válida e extremamente importante. “Com certeza, é um direito nosso trabalhista que está sendo retirado”, disse o gerente de uma loja de enxovais, Adriano de França.
Segundo Adriano, na loja apenas 40% dos trabalhadores compareceram aos postos na manhã de hoje. O motivo varia entre a dificuldade do transporte suspenso em toda a capital até o meio-dia e o apoio parcial à mobilização. Quando questionado sobre o prejuízo de ter um dia incomum e de baixo faturamento, o gerente é enfático: “no futuro vai ser muito pior”, garante.
Em outro estabelecimento que vende sapatos no Centro, todos os trabalhadores foram obrigados a comparecer, os motivos, infelizmente, não foram repassados à reportagem. “Peguei uma lotação para vir de Rio Largo para cá que custou R$ 4,00”, disse Fernanda Silva.
Apesar da despesa e dificuldade na condução, pago diariamente com um vale-transporte e que hoje custou um valor acima do normal, a trabalhadora informa que acha importante a mobilização. “Apesar de estar aqui trabalhando, acho sim importante”, disse.
Para o quase aposentado Edson Santos, um dos proprietários de uma pequena loja que vende mochilas no Centro, a situação é a mesma. “Acho o protesto necessário, vai mexer com a aposentadoria de todo mundo”, informa. Ele torce para que o movimento venha a melhorar no segundo horário, quando boa parte das lojas fechadas devem reabrir normalmente.
Ao todo, 100 policiais militares circulam pelo Centro de modo a evitar possíveis conflitos entre membros contrários e à favor a greve.