Cerca de 12 mil pessoas, segundo levantamento realizado pelo Gerenciamento de Crise da Polícia Militar, entre diversas classes sindicais e sociedade civil acompanharam nesta sexta-feira (28), na Praça do Centenário, no Farol, o protesto contra as reformas Trabalhista e da Previdência propostas pelo governo de Michel Temer (PMDB).
Entre os manifestantes, a presença do ex-ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, que acompanhou junto a líderes do Sindicato dos Jornalistas toda a caminhada. O movimento arrastou pessoas de diversas cidades do interior como Rio Largo, Arapiraca e até Delmiro Gouveia, no Sertão, pelas principais ruas do Centro, tendo uma parada na Ladeira dos Martírios.
O momento, histórico, foi comparado pelas lideranças como a maior mobilização já feita desde a greve geral ocorrida em 1989. De acordo com os organizadores da caminhada, a presença de manifestantes chegava a 30 mil pessoas, mas o número foi contrariado pela PM que, em último relatório, chegou a afirmar que havia 10 mil.
Mesmo com o trânsito parcialmente bloqueado no entrno, não houveram ocorrências. “Temos que sair às ruas agora como fizeram os nossos pais no passado porque depois somos nós que não iremos mais aposentar. O governo além de ser golpista retira totalmente nossos direitos”,cobra a estudante Manuela Resende.
Sob um sol escaldante da tarde de hoje, o grito era unísino e passava o recado ao atual presidente: “Fora Temer”. Os atuais deputados federais por Alagoas que votaram a favor da Reforma Trabalhista, que prevê mais de 100 alterações na CLT que diminui a jornada de férias, remuneração e ademais negociações foram lembrados pelos manifestantes. A tríade composta pelos deputados Arthur Lira (PP), Nivaldo Albuquerque (PRP) e Pedro Vilela (PSDB) viraram alvos de piadas e cobranças aliadas com fotos onde havia a palavra “traidor”.
“Eles votaram a favor da retirada dos nossos direitos, não podemos aceitar isso minha gente! Não podemos mais ficar calados”, desbafa a professora do ensino médio Ana Maria. A servidora, lembra ainda, que o corte da ordem de R$ 4,3 bilhões realizado pela presidência de Temer na Educação vai trazer ainda mais prejuízos ao já calejado e deficitário ensino público.
A mobilização organizou uma parada em frente ao Palácio República dos Palamares e, dessa vez, lembrou do governador Renan Filho (PMDB) que até o momento se manteve em silêncio durante o dia de protestos no Brasil.