Ônibus são incendiados na Rodovia Washington Luiz e Avenida Brasil

ReproduçãoAção seria represália à atuação da Polícia Militar em favelas de Duque de Caxias

Ação seria represália à atuação da Polícia Militar em favelas de Duque de Caxias

Um grupo colocou fogo em três ônibus na Rodovia Washington Luiz, na altura dos acessos da Linha Vermelha e da Avenida Brasil, sentido Juiz de Fora, na manhã desta terça-feira (2). Outros quatro ônibus e um caminhão foram incendiados na Avenida Brasil, e um ônibus na Rua Itabira, com Bulhões Marcial, em Cordovil, em um dos acessos à comunidade da Cidade Alta. Mais tarde, por volta das 13h, outro caminhão também foi incendiado.

De acordo com o tenente coronel Sérgio Porto, a ação seria uma represália à operação da Polícia Militar na Cidade Alta, em Cordovil, Zona Norte do Rio. A Polícia Militar informou que a Cidade Alta foi alvo de uma invasão por traficantes de uma comunidade rival. Até as 13h, 37 pessoas tinham sido presas e 32 fuzis, além de granadas e pistolas, foram apreendidos. Três pessoas ficaram feridas e três PMs foram atingidos por estilhaços, mas estariam fora de perigo.

O Centro de Operações Rio anunciou estágio de atenção, às 10h50, devido a “ocorrências de incêndios em, pelo menos, cinco ônibus nas regiões de Cordovil, Penha e Bonsucesso”, e indicou incêndios nas vias Av. Brasil, pista lateral nos dois sentidos, na altura da passarela 17 (dois ônibus), e pista lateral, em direção ao Centro (1 ônibus); Entorno da Praça da Nações, em Bonsucesso (1 ônibus); R. Bulhões Marcial, próximo da Rua Itabira (1 ônibus); Rodovia Washington Luiz, sentido Juiz de Fora (3 ônibus).

Há interdições nessas vias. De acordo com o Centro de Operações, o congestionamento chega a 54 km. Equipes da Polícia Militar, Bombeiros e CET-Rio atuam nas ocorrências.

Operações em comunidade deixam três mil alunos sem aula

A operação policial realizada na manhã desta terça-feira na Cidade Alta também deixou mais de 3,1 mil alunos sem aula, de acordo com a Secretaria Municipal de Educação (SME). Sete escolas, cinco creches e um espaço de desenvolvimento infantil (EDI) da região estão fechados devido ao risco de tiroteio.

O major Ivan Blaz, coordenador de Comunicação da Polícia Militar, informou que, por volta das 3h da madrugada, moradores de Cordovil acionaram a corporação por telefone informando que uma facção rival da que ocupa a comunidade de Cidade Alta tentava assumir o controle territorial da área. “Fizemos um cerco e, uma vez cercados, os criminosos invasores acionaram moradores de comunidades que sofrem influência desta facção para promover distúrbios e caos urbano na cidade com a finalidade de dispersar o policiamento no cerco e promover oportunidade de fuga”, disse Blaz.

Para o major, o número de presos e de armas apreendidas mostram uma realidade cruel no Estado. “Somos um dos principais destinos do tráfico internacional de armas, o que expõe a fragilidade de nossas fronteiras”, disse o major. “Isso força a Polícia Militar daqui a enfrentar um mal que polícia nenhuma enfrenta no mundo. Aqui, o policial já está acostumado a ouvir rajadas de fuzil.”

A ação conta com policiais militares do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), do 16°BPM, de Olaria, e do 22°BPM, da Maré. O Batalhão de Ações com Cães está em Parada de Lucas.

A região também registra falta de energia.

Mais de 50 ônibus queimados só este ano

De acordo com a Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), 50 ônibus já foram incendiados em 2017, superando os números de 2016 (43). Por este tipo de incêndio não garantir seguro, o custo estimado para a reposição da frota incendiada chega R$ 22 milhões este ano, frisa a Fetranspor.

A entidade informou ainda que, devido à crise econômica e ao desequilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão, não há garantia para a compra de novos veículos, que podem demorar até um ano para entrar em circulação.

Em seis meses, somente no Rio, cerca de 70 mil passageiros deixam de ser transportados em cada veículo, finalizou a Fetranspor, em nota.

Fonte: Jornal do Brasil

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