Três dos cinco suspeitos do estupro coletivo de uma menina de 12 anos seriam menores de idade. Essas são as primeiras informações a respeito da identificação dos suspeitos que aparecem em um vídeo violentando sexualmente a menina, na Baixada Fluminense. Outro envolvido teria mais de 18 anos e um quinto rapaz ainda não foi identificado. A delegada titular da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav), Juliana Emerique, ressaltou que o ato não foi consentido pela menina. Além disso, ter relação sexual com menores de 14 anos já é considerado estupro de vulnerável.
— Ela em nenhum momento deu anuência para o ato. Temos uma menina de 12 anos sob julgamento de pessoas dizendo que foi consentido. O que aconteceu foi um estupro de vulnerável. Temos que respeitá-la. Ela está abalada, mas está firme conosco — relatou a delegada.
Os agressores foram identificados nesta segunda-feira. De acordo com a delegada, o vídeo que registrou o crime começou a circular no dia 30 de abril, mas o episódio ocorreu há cerca de três semanas. A família da jovem só soube do ocorrido ao ver o vídeo.
Na manhã desta segunda-feira, a garota e a tia que denunciou o estupro à polícia foram à Dcav. As duas chegaram com os rostos cobertos por camisas da Polícia Civil. De lá, elas foram encaminhadas para o Centro de Atendimento ao Adolescente e à Criança (Caac), que funciona no Hospital municipal Souza Aguiar. Ela prestou depoimento e fez exame de corpo de delito.
Segundo a versão apresentada pela família, a menina iria encontrar uma pessoa na casa em que o crime ocorreu, que poderia ser uma amiga. Não está claro se ela conhecia os envolvidos no estupro. Também não foi revelado se eles têm outros problemas com a Justiça.
— Estamos entrevistando todo mundo, a família e também as pessoas desse contexto de amizade — explicou Juliana.
Segudo a delegada, a família da jovem é estruturada e está ajudando nas investigações.
Crime registrado em vídeo
No vídeo compartilhado em redes sociais, pelo menos cinco rapazes aparecem nus. A vítima grita pedindo para que o estupro pare, mas os homens continuam com as agressões. Ela também tenta se esconder atrás de uma almofada.
“Cala a boca. Vão ficar ouvindo a sua voz e vão saber que é tu”, diz um dos agressores.
“Tapa o rosto da novinha”, diz o outro nas imagens.
Protegida
Em nota, a Secretaria de Direitos Humanos informou que a jovem será encaminha para um local sigiloso, onde receberá apoio de especialistas.
Leia na íntega:
“A família da adolescente de 12 anos vítima de um estupro coletivo na Baixada Fluminense aceitou integrar o Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAM). A Secretaria de Direitos Humanos e Políticas para Mulheres e Idosos ofereceu o programa à família da jovem nesta segunda-feira (08), quando a menina e seus parentes foram ouvidos na Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav).
‘Não podemos banalizar a violência. A vítima é uma criança que precisa ser protegida e orientada. Foi machismo, foi abuso sexual e psicológico o que essa jovem sofreu’, diz o secretário de Direitos Humanos e Políticas para Mulheres e Idosos, Átila A. Nunes.
A adolescente será encaminhada para um local sigiloso onde será fornecida à família assistência jurídica, social e psicológica”.