O prefeito de São Paulo João Doria (PSDB) afirmou que o áudio envolvendo o presidente Michel Temer (PMDB) é “inconclusivo” e que “não é um áudio bom, adequado”. O tucano também afirmou que seu partido deve aguardar para decidir se abandona o governo ou não. As declarações foram dadas ao jornal O Estado de São Paulo.
“Ele é inconclusivo e também não é um áudio bom, adequado. Não é conclusivo do ponto de vista de dar culpa ao presidente, de estimular uma ação coercitiva à Justiça ou de outra ordem. Mas compromete do ponto de vista do tipo de diálogo que ali se trava. Mas ele não é conclusivo do ponto de vista de qualificar a culpa do presidente e por esse áudio pedir o seu impedimento.”
Com quatro ministros fazendo parte do governo e uma parceria desde a votação do impeachment em 2016, o PSDB é hoje um dos principais fiadores do futuro político de Temer. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, os deputados federais tucanos decidiram abandonar o presidente após a delação da JBS e a gravação feita por Joesley Batista, mas a debandada foi contida pelos senadores e caciques do partido. O ex-presidente da sigla Aécio Neves também enfrenta acusações de corrupção e foi gravado em situações delicadas. Doria defende que o PSDB aguarde para tomar qualquer decisão.
“O partido deve aguardar e não tomar decisões no calor do momento, mas no bom senso e no equilíbrio. A pior decisão, em qualquer circunstância, seja na política ou na vida privada, é aquela que você toma no ímpeto”.
O prefeito paulistano defendeu o prosseguimento das reformas trabalhista e da previdência no Congresso. O tucano ainda afirmou que é cedo para falar da disputa presidencial prevista para 2018 e que “circunstancialmente” pode participar de prévias para a escolha do candidato do PSDB.