Sofrer de forma desnecessária para ganhar de maneira vibrante. O bipolar Palmeiras está nas oitavas de final da Copa Libertadores após nova vitória apertada nesta quarta-feira, quando fez 3 a 1 sobre o Atlético Tucumán, da Argentina, no estádio Allianz Parque, em São Paulo, quando mais uma vez teve dificuldades além do aceitável.
O time passa como líder do Grupo 5 depois de três vitórias suadas como mandante. Assim como nos jogos anteriores, o resultado poderia ser bem mais fácil caso a equipe aproveitasse melhor o domínio. Novamente o alívio veio nos acréscimos, quando o terceiro gol confirmou o resultado positivo.
MÃO DE CUCA!
O Palmeiras em modelo “retrô”, como o de 2016, foi quem jogou muito no primeiro tempo. O time em versão bagunçada, daquele que só age no desespero, foi o do segundo, quando viu os argentinos sufocarem e comandarem o jogo.
Apesar de o time ter como novidade na camisa a estrela vermelha, alusiva à conquista da Copa Rio de 1951, as características na reta inicial foram uma versão 2016 atualizada pelos reforços deste ano. O técnico Cuca retomou a icônica calça cor de vinho, rejeitada no último fim de semana, assim como o elenco recuperou o estilo de jogo do ano passado.
A pressão dos minutos iniciais rendeu um gol à moda “Cucabol”. A jogada ensaiada de falta teve toque de calcanhar, cavadinha, cruzamento e conclusão do zagueiro colombiano Mina para as redes, aos 15 minutos de jogo. O placar de 1 a 0 era o prêmio para um time de futebol veloz, permeado por triangulações e tabelas, tudo capitaneado pela ótima atuação de Guerra e testemunhado por Gabriel Jesus. O atacante do Manchester City está de férias no Brasil e foi à arena para torcer pelo Palmeiras.
A apresentação palmeirense ficou arranhada no primeiro tempo pelos vacilos defensivos. A aparente facilidade em pressionar um adversário gerou erros no último passe e debilitou a marcação. Em um contra-ataque, Barbona superou a marcação de Zé Roberto e acertou um chute na trave. Depois, Rodríguez perdeu uma chance com o gol livre depois de rebote de Fernando Prass. Riscos desnecessários ante o tamanho domínio.
SOFREU, MAS CONVENCEU!
O segundo tempo só se tornaria difícil se o Palmeiras não definisse o jogo. Pois se complicou feio. O Atlético Tucumán teve gol anulado por impedimento, alerta ignorado pela defesa. Logo depois, Rodríguez, de cabeça, empatou aos 11 minutos. Os argentinos ainda tiveram chance de virar no lance seguinte. Mudança brusca de panorama.
A combinação de resultados possibilitava ao Atlético Tucumán apenas virar o jogo para se classificar e o time cresceu. Cuca reagiu rápido ao ver a equipe abatida, fez duas alterações. Quando o time parecia atordoado, pesou a estrela do treinador e de um dos substitutos. Willian aproveitou uma sobra na área para recolocar o Palmeiras na frente, aos 23 minutos. Mas isso não era suficiente, pois quem continuou melhor era o rival argentino. Bola na trave e uma grande defesa de Fernando Prass evitaram novo período de drama.
O desespero do Atlético Tucumán contagiou o Palmeiras, que acelerou demais o jogo e demorou para definir a vitória. Zé Roberto tirou a equipe do sufoco nos acréscimos. Para o bem da equipe, as oitavas de final só começam em julho. Há tempo para se preparar e evitar novos sufocos.
Com a vitória do já eliminado Peñarol sobre o Jorge Wiltersmann por 2 a 0, em Montevidéu, o grupo terminou com o Palmeiras na liderança com 13 pontos. O time boliviano, mesmo derrotado, passou em segundo com nove. O Atlético Tucumán, com sete, ficou em terceiro e vai para a segunda fase da Copa Sul-Americana. Os uruguaios ficaram com seis pontos, na lanterna.