Atividades da equipe aquática da Fiscalização Preventiva Integrada do Rio São Francisco (FPI) flagraram três empreendimentos que estão sendo preparados para o cultivo de camarões em ilhas do Velho Chico. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) e o Instituto do Meio Ambiente (IMA) fizeram anotações sobre o georeferenciamento das áreas para apurar se elas estão devidamente licenciadas. Há suspeitas de crime de desmatamento na Área de Proteção Ambiental (APA) de Piaçabuçu.
A fiscalização realizou vistorias preliminares nas três áreas onde estão sendo instalados os tanques de criação. Pelos moldes como eles foram feitos, tudo indica que se tratam de empreendimentos para fins de carcinicultura, que é a cultura do camarão.
Todas essas locais estão dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) de Piaçabuçu, nas proximidades da foz do Rio São Francisco. “Nós detectamos que foram realizadas intervenções recentes com máquinas pesadas, utilizadas para fazer escavações e construir diques para os viveiros de criação. Como eles estão sendo instalados em ilhas no Rio São Francisco e no interior de zonas de expansão urbana e conservação especial da Unidade de Conservação Federal Área de Proteção Ambiental de Piaçabuçu, teoricamente, não poderiam existir. Precisamos analisar melhor cada uma das situações para poder chegar a uma conclusão definitiva”, explicou Rivaldo Couto, analista ambiental do Ibama e coordenador da equipe aquática.
Os técnicos dos órgãos ambientais também constataram intervenções atingindo abrigos de espécies ameaçadas de extinção, a exemplo de mangues onde vivem os caranguejos Guaiamum. E, ainda, foram flagrados fragmentos de vegetação de ecossistemas associados ao bioma da Mata Atlântica.
Em nenhum dos empreendimentos foram encontrados responsáveis, o que dificultou mais ainda o trabalho da FPI do São Francisco.
As equipes dos órgãos ambientais retornarão nessas áreas para concluir as ações.