Projeto Lêberdade
“Quem lê fala melhor, escreve melhor, uma visão do mundo melhor”. A opinião do secretário da Ressocialização e Inclusão Social (Seris), TC Marcos Sérgio de Freitas, é compartilhada por professores e agentes penitenciários engajados no Projeto Lêberdade.
Apresentado na segunda-feira (29), no Presídio Feminino Santa Luzia, a iniciativa promete revolucionar o acesso ao conhecimento com a leitura, além de proporcionar um futuro digno, mesmo no cárcere.
O Lêberdade, construído por meio da parceria entre as secretarias estaduais da Ressocialização e da Educação e o Poder Judiciário, assegura a remição da pena por meio da leitura. Inicialmente, 100 obras foram catalogadas e estão disponíveis para ampliar o conhecimento das custodiadas. As interessadas devem cumprir os termos de responsabilidade: fazer a leitura, devolver os livros e elaborar uma resenha crítica sobre o conteúdo assimilado.
As participantes terão cerca de 20 dias para fazer a leitura, antes de desenvolver o texto dissertativo. As produções ocorreram sob a supervisão dos professores da Educação. Se a interna tiver seu texto aprovado, o juiz da 16ª Vara de Execuções Penais, José Braga Neto, irá viabilizar a remição de quatro dias na pena. Considerando que poderá ser lido um livro por mês, aquelas que tiverem doze resenhas aprovadas no ano terão 48 dias a menos na pena.
A gerente do Presídio Santa Luzia, Tatiana Gonçalves, fala sobre os fatores que levaram a unidade ser escolhida como piloto na ação. “As reeducandas demonstraram muito interesse em participar do projeto e isso foi determinante escolha do presídio. A iniciativa foi muito bem-vinda e já reflete positivamente entre as internas, elas sabem que o bom comportamento é um dos requisitos para participar do Lêberdade”, esclareceu a gestora.
Incentivo a leitura
Projeto Lêberdade
A professora de língua portuguesa da Escola Estadual Paulo Jorge, Rosângela Santos da Silva, esteve no presídio para motivar e estimular a leitura entre as internas. “Há muita gente envolvida querendo que vocês tenham esse contato com os livros. A leitura transforma o nosso pensamento, nos apresenta outras realidades e nos faz viajar. Abracem o projeto porque ele foi elaborado com muito carinho para vocês”, salientou a professora.
Após escutar as orientações e instruções da professora Rosângela, a reeducanda Rubinete Belarmino dos Santos, uma das participantes do Lêberdade, elogia a iniciativa. “O projeto é maravilhoso e vai nos ajudar muito. Não tinha muito o hábito de ler, mas já estou animada e com certeza irei ler muitas obras. A reunião foi muito esclarecedora e sem dúvidas a leitura vai contribuir com o nosso enriquecimento pessoal”, concluiu.
Requisitos
O Lêberdade propõe a remição da pena através da leitura de livros, levando em conta diferentes níveis de escolaridade dos apenados. Os custodiados devem ler um livro por mês e apresentar um relatório da obra lida (no caso daqueles que tenham o Ensino Fundamental) ou uma resenha crítica (para aqueles que tenham Ensino Médio ou Superior). Serão realizadas oficinas semanais para qualificar os apenados na leitura e produção.
