“Isso é um nome… Já imaginou quando ela era bebê?”. Essa pergunta foi feita pela médica Claudia Regina Zanella, de 50 anos, em uma postagem em seu perfil em uma rede social. Ela referia-se à aposentada Valmita Dias, de 65 anos, que havia atendido em um hospital de Praia Grande, no litoral de São Paulo.
O caso ganhou repercussão na internet na quarta-feira (31). A médica, que trabalha como plantonista no Hospital Irmã Dulce, foi afastada das atividades, e a família da idosa procurou as autoridades em busca de justiça. O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) também apura o que aconteceu.
“Minha mãe não estava se sentido bem, foi ao hospital e acabou atendida por essa médica. No dia seguinte, minha irmã foi avisada por um amigo sobre uma postagem no Facebook. Quando ela foi ver, era a nossa mãe. Nossa, eu fiquei indignado”, contou o filho da idosa, o motorista Edivan Vital da Silva, de 42 anos.
Assustada com a repercussão e sem compreender a atitude da médica, a família procurou ajuda. “A médica fez o atendimento, fez a foto do prontuário, guardou no celular e postou na rede social. Ela feriu a ética. Vamos tomar providências na esfera cível e criminal”, disse o advogado da família, Marco Antônio Pinheiro.
Edivan e Marcos disseram que vão processar a médica (Foto: José Claudio Pimentel/G1) Edivan e Marcos disseram que vão processar a médica (Foto: José Claudio Pimentel/G1)
Edivan e Marcos disseram que vão processar a médica (Foto: José Claudio Pimentel/G1)
“Em pleno Século 21, isso ainda acontece em nosso país. A saúde já está uma precariedade, e eu não acho justo uma médica que estudou tanto tempo fazer esse tipo de comentário”, desabafou Edivan. Na tarde de quinta-feira (1º), eles registraram um boletim de ocorrência na Polícia Civil sobre o caso.
Por meio de nota, a direção do Hospital Irmã Dulce informou que “notificou a empresa para a qual a médica presta serviço, solicitando o afastamento imediato da profissional, que deixa de fazer parte da equipe de atendimento”. O nome da firma terceirizada não foi informada pela direção da unidade de saúde.
O Cremesp, também em nota, informou que instaurou sindicância para averiguação dos fatos, “o que envolve coleta de provas e documentos sobre o ocorrido, manifestação escrita e, sempre que necessário, audiência com os envolvidos”. O prazo de apuração dura de seis meses a dois anos, em média, e ocorre em sigilo.