Benedito Bentes 2 deverá ganhar Mercado Público
O Benedito Bentes 2 deverá ganhar um novo Mercado Público, a ser construído em terreno cedido pelo Estado e pertencente à Companhia Alagoana de Recursos Humanos e Patrimoniais (Carhp). O imóvel abrigará os 200 feirantes que, hoje, ocupam o canteiro central da principal via de acesso, numa área de 850 metros, dificultando a circulação de veículos e pedestres, além de espalharem lixo pelas calçadas.
A medida foi anunciada nesta segunda-feira (5), durante audiência pública realizada no Ginásio de Esportes do Colégio Fantástico. Também foi formada uma comissão, com representantes da Câmara, prefeitura, dos feirantes e da comunidade para acompanhar todo o processo.
A audiência foi proposta pelo vereador Sirderlane Mendonça (PEN) e é a primeira sessão pública itinerante realizada pela Câmara Municipal nesta legislatura, iniciativa que aproxima ainda mais o Poder Legislativo de Maceió com a população. Compareceram também os vereadores Silvânio Barbosa (PMDB), Francisco Sales (PP) e Chico Filho (PP), além de representantes de secretarias de Estado e do município e os feirantes, que puderam apresentar sugestões para resolver um problema com mais de 20 anos.
No início da sessão, o vereador Siderlane Mendonça apresentou duas reportagens veiculadas pela mídia local, mostrando a situação do canteiro central da principal avenida do Benedito Bentes 2, tomado por feirantes. O parlamentar falou ainda sobre o lixo jogado a céu aberto e disse que pedestres sentem dificuldade de circular no local porque as calçadas estão ocupadas pelas bancas e sujeira.
Siderlane Mendonça defendeu também que eles possam ser relocados para um lugar apropriado. Ele ressaltou que vai propor a destinação de recursos na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e na Lei Orçamentária Anual (LOA) para a construção do Mercado Público, mas foi categórico ao afirmar que “os feirantes têm que estar com o coração aberto para aceitar sugestões. Esse é o bairro onde moro e é com muita satisfação que trago essa audiência para cá”.
O vereador Silvânio Barbosa destacou que não concordaria com nenhuma medida de retirada dos feirantes se não houver um projeto da Prefeitura de Maceió neste sentido. O parlamentar propôs ainda destinar o montante de emendas orçamentárias impositivas que cabe a ele e aos vereadores presentes à sessão para a construção do Mercado Público, um total de R$ 4,5 milhões, sendo R$ 1,5 milhão de cada vereador. Ele afirmou que existem quatro casas na localidade pertencentes à Carhp e que estas podem ser usadas para abrigar os feirantes, sem precisar retirá-los do local.
POLO COMERCIAL – O presidente da Associação dos Feirantes do Benedito Bentes 2, Daniel Mendes, lembrou que a área é “um polo comercial que gera emprego para milhares de pessoas, aquecendo o comércio local”, em resposta à proposta de transferi-los para o Mercado Público do Benedito Bentes 1. “Só aceitaremos isso se o Mercado for revitalizado; se tirarem os usuários de drogas de lá. Enquanto isso, não aceitamos esse tipo de mudança”, afirmou.
O administrador do Mercado do Benedito Bentes 1, Edivaldo Carlos, disse que não é possível aceitar prejudicar os moradores em detrimento de 200 feirantes, que segundo ele, dificultam o trânsito na principal via pública do bairro, que liga a vários conjuntos habitacionais, além de esvaziarem o Mercado Público. “Nosso mercado está falido porque não tem mais comerciante. Todos estão indo para o canteiro. Aqui tem um estacionamento ocioso, onde eles poderiam se instalar”, destacou.
Ao final da audiência, o diretor-presidente da Carhp, Fernando Hollanda, chegou de um encontro com o governador Renan Filho (PMDB) e levou aos participantes da audiência a notícia de que o chefe do Executivo Estadual determinou que se o terreno pertencer ao Estado, o governo cederá de imediato para a construção do Mercado Público.
Do prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), o vereador Siderlane Mendonça recebeu um chamado para reunião na tarde desta segunda, onde conversariam sobre o assunto, além de determinar a limpeza e reforçar a segurança na região, também cobrada pelos feirantes.
