O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta terça-feira (6) que fará curso e exame para recuperar a carteira nacional de habilitação (CNH).
Reportagem publicada pelo jornal “Folha de S.Paulo” nesta terça informou que Doria teve a suspensão do direito de dirigir entre 13 de janeiro e 12 de março, por ter acumulado mais de 20 pontos na carteira após uma série de infrações, a maioria por excesso de velocidade.
Doria disse que seus veículos são conduzidos por motoristas contratados e que perdeu o prazo para indicar o nome deles e escapar assim de ter os pontos computados em sua CNH.
O prefeito destacou que fará a reciclagem para obter novamente a carteira.
“Vou, como todos, vou cumprir minha obrigação, como todos aqueles que já foram vitimados pela pontuação [na CNH]. Vou fazer o curso, farei o exame, vou ser um cidadão, farei o que deve ser feito”, afirmou o prefeito em evento do qual também participaram o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD).
Quando questionado sobre o uso da expressão “vitimado” na sua fala, Doria explicou: “Bom, no passado, recentemente, fomos. A quantidade de multas que a Prefeitura aplicou foi em caráter exorbitante. Mas não tem problema nenhum. Nós vamos seguir e fazer aquilo que todo cidadão deve fazer”.
Atualmente, segundo a reportagem, Doria continua impedido de dirigir por não ter participado ainda do curso obrigatório de reciclagem, de 30 horas.
De acordo com a “Folha”, cinco multas entre novembro de 2014 e junho de 2015 fizeram Doria perder a carteira. Três dessas multas são por velocidade acima da permitida na via, uma por manobra irregular e uma por avançar sinal vermelho. Três das multas foram registradas num Porsche, uma numa BMW e a outra num Audi.
Crítica à indústria de multas
No período da campanha eleitoral, Doria fazia críticas ao que chamou de “indústria da multa” da gestão do ex-prefeito Fernando Haddad. Ele também fez críticas ao uso de radares por guardas civis municipais para multar motoristas.
Uma das primeiras ações de Doria para o trânsito foi aumentar a velocidade mínima das marginais Tietê e Pinheiros, sob forte crítica de entidades da sociedade civil. De acordo com dados da Polícia Militar, a medida gerou aumento do número de acidentes com vítimas nas duas vias.
Veja abaixo a íntegra da nota divulgada pela prefeitura nesta terça:
”Sobre as multas relativas a 2015 e aos demais anos, é preciso esclarecer que o empresário João Doria não dirigia seus veículos privados, conduzidos por motoristas profissionais. As multas aplicadas contra os veículos acabaram assumidas por Doria porque perdeu-se o prazo de 30 dias para que os nomes dos condutores fossem informados ao Detran no prazo regimental. João Doria assumiu os pontos e pagou as multas. Como houve superação do limite de pontuação, ele entregou sua carteira de motorista ao Detran em 13 de janeiro deste ano e cumpriu a penalidade administrativa de três meses sem dirigir.
O prefeito precisará fazer prova de reciclagem. Neste ano, chegou a agendá-la por três vezes, mas, em razão da agenda atribulada, ainda não conseguiu fazer o exame.”