A prisão de estudantes e investida da Polícia Militar contra os manifestantes, que bloquearam a Avenida Fernandes Lima, em frente ao Cepa, na manhã de hoje, causou revolta aos movimentos sociais. Nesta tarde, Sinteal e CUT enviaram nota de repúdio à imprensa, contra o que chamaram de repressão cometida pelo Governo de Alagoas.
O Sinteal, que apoiou o protesto dos estudantes, disse que a Polícia Militar agiu inicialmente de forma pacífica, no entanto, posteriormente a cena foi outra. “Utilizando de ação agressiva e coercitiva contra os manifestantes, chegando a apreender algumas pessoas, dar empurrões (inclusive em uma diretora do Sinteal), atirar com balas de borracha contra os manifestantes”, relata.
“Quanto ao triste dia de hoje, o Sinteal afirma à sociedade alagoana que repudia veementemente a atitude escolhida pelo Governo do Estado e pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc) em reprimir uma justa manifestação de alunos de escolas públicas, todos de famílias de baixo poder aquisitivo, impedidos de frequentar aulas e fazer provas devido à burocracia criada pelos gestores públicos”, diz a nota.
A presidenta do sindicato, Consuelo Correia, defendeu que a sociedade também repudie e exija respeito e ações concretas para a melhoria da educação pública. “O governo errou duplamente: primeiro com a publicação da Portaria do Transporte Público; e, segundo, errou mais feio ainda quando achou que reprimindo estudantes desarmados poderá solucionar o grave problema do transporte escolar, que é o Estado que tem que resolver e não as direções das escolas. O Sinteal, ao lado dos estudantes, de suas famílias e da sociedade alagoana em geral, exige do governo a competência necessária para a solução deste caso”, disse a presidenta do Sinteal.
A Central Única dos Trabalhadores em Alagoas (CUT-AL) também se manifestou contra a ação da polícia. “Em vez de apelar para a truculência contra um ato legítimo dos estudantes, pois a educação é um direito fundamental assegurado pela Constituição, o governo do Estado deveria resolver a situação do transporte escolar. Com a paralisação dos motoristas, os estudantes são obrigados a pagar mais de R$ 7 por dia para frequentar a escola”.
Questionado sobre o fato, durante coletiva de imprensa na sede da vice-governadoria, o secretário de Estado da Educação, Luciano Barbosa, disse que quem deve se pronunciar a respeito deste assunto é a Polícia Militar.