Com a possibilidade iminente de “fraude” nas estatísticas de desabrigados divulgadas pelos municípios alagoanos durante os prejuízos referentes às chuvas de maio, o ministro da Educação, Mendonça Filho, anunciou, na tarde desta quinta-feira (08), em Alagoas, um aporte financeiro de R$ 18 milhões para a recuperação de escolas estaduais e municipais, dos 27 municípios que decretaram situação de emergência.
O repasse é oriundo do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e estará disponível para as prefeituras que divulgarem os planos de trabalhos de recuperação física das instituições no que tange à aquisição de mobílias, livros e bibliotecas.
“Procuramos o caminho mais rápido ao invés de nós aguardarmos demandas uma a uma de cada município e escola. Preferimos disponibilizar um volume total de recursos necessários à normalização do sistema educacional alagoano”, disse Mendonça Filho.
O aporte financeiro fica dividido em R$ 6 milhões para a Secretaria de Educação de Alagoas e outros R$ 12 milhões que devem ser repassados diretamente às prefeituras das cidades atingidas.
“O Estado vai viabilizar, sobretudo, equipamentos como carteiras escolares e a parte de reforma. A estrutura física o Estado tende a cuidar já que nós temos feito isso ao longo desses dois anos”, disse o governador Renan Filho (PMDB).
Disparidade nos Números
Quanto à polêmica relativa ao levantamento feito recentemente pelo Ministério Público de Alagoas (MPE), que apontou divergências de quase 1.350 pessoas desabrigados a mais das declaradas pelos gestores municipais, o governador disse que apoia as investigações conduzidas pelo Judiciário, mas atribui a diferença a outra situação.
“Logo no começo estávamos com duas operações: a Operação Limpeza e a Operação Volta Para Casa, que a Defesa Civil entra com incentivos do município. Não tinha como prever, no início, se aquelas pessoas teriam como voltar ou não para aquelas casas”, argumenta o governador.
Para o prefeito Claudio Filho (PSD), o Cacau, de Marechal Deodoro, o repasse federal vai ser importante para reequilibrar as contas do município e garantir estabilidade educacional. “Entre desabrigados e desalojados nós temos 566 famílias, cerca de 1700 pessoas. Na tutela do município são 55 famílias abrigadas nas escolas. Tivemos muitas escolas invadidas por água, sendo que seis destas estão muitas danificadas. Hoje mais de 1200 pessoas estão dentro das escolas e precisamos rápido de uma intervenção para que as aulas retornem”, disse o gestor.
Claudio Filho disse ainda que esteve em reunião com técnicos do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CRE-AL) a fim de elaborar um relatório definitivo e detalhado do impacto causados pelas chuvas em Marechal Deodoro. O relatório deve conter ainda as famílias que já estão morando nesses lugares.