Os acordes da sanfona de Chameguinho, a sonoridade de Chau do Pife, a poesia cantada de Eliezer Setton… A cultura popular alagoana foi acolhida no Palácio República dos Palmares, na manhã desta sexta-feira (9). O governador Renan Filho recebeu representantes de 32 trios pé de serra no Salão de Despachos. Ao som de ‘A Volta da Asa Branca’, ele renovou as esperanças dos artistas forrozeiros e garantiu a realização dos festejos juninos na capital alagoana.
O presidente da Associação dos Forrozeiros de Alagoas, José Lessa, recordou que os 32 trios pé de serra e 16 bandas de forró ficariam sem se apresentar durante o São João de Maceió, em virtude do cancelamento dos festejos juninos, ocasionado pelas fortes chuvas.
Renan Filho recebeu os artistas, tocou triângulo, cantou e garantiu a realização dos festejos juninos na capital alagoana, que serão promovidos com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult). A pasta vai divulgar, nos próximos dias, detalhes da realização do ‘São João da Solidariedade’, que será realizado em favor das vítimas das chuvas na capital.
“Será um grande alento e uma vitória da cultura nordestina, do autêntico forró de Alagoas, iniciado com Augusto Calheiros, que apresentou o primeiro baião cantado em 1928, e de Jararaca, que apresentou o primeiro rojão; além de Gérson Filho, pioneiro da sanfona de oito baixos, de Mestre Zinho, que Luiz Gonzaga considerou o seu substituto. É toda essa tradição que foi preservada pelo Governo do Estado”, comemorou Lessa, que presenteou Renan Filho com um chapéu de couro.
“A Secretaria de Estado da Cultura tem buscado a manutenção dos festejos juninos no Estado inteiro. Aqui em Maceió fomos procurados pela classe forrozeira, pedindo apoio, tendo em vista que estava com dificuldades para se apresentar nesta época, em que normalmente a agenda é cheia. Eles buscaram nosso apoio para que possam se apresentar”, disse a secretária de Cultura, Melina Freitas, que possibilitou o encontro dos artistas com o governador.
O hino de Alagoas foi cantado por Eliezer Setton, acompanhado por mais de dez sanfoneiros no Salão de Despachos do Palácio República dos Palmares. O governador afirmou que os festejos juninos não poderiam deixar de ser realizados justamente no ano do Bicentenário de Alagoas.
“Em nosso bicentenário, estamos fazendo uma caixa que será lacrada e só será aberta no tricentenário de Alagoas, daqui a cem anos. O cidadão vai perguntar: ‘O que fizeram os governantes no centenário e no bicentenário?’ E ali estará registrado algo muito importante: foi feito um movimento em defesa da cultura, do forró e das tradições de alagoas”, concluiu Renan Filho.