Estudo na Santa Casa atrai a atenção de publicação científica internacional

Pesquisa confirma redução de mortalidade com protocolo de sepse em pacientes SUS da Unidade Osvaldo Brandão Vilela

Ascom Santa CasaMédico alagoano Flávio Teles de Farias Filho

Médico alagoano Flávio Teles de Farias Filho

Um estudo liderado pelo médico alagoano Flávio Teles de Farias Filho será publicado no respeitado “Journal of Intensive Care”, jornal oficial da Sociedade Japonesa de Medicina de Terapia Intensiva. Envolvendo 167 pacientes SUS da Santa Casa de Maceió, o trabalho consolida o papel da instituição alagoana como pólo de produção científica, agora no cenário internacional.
“A principal descoberta do nosso estudo foi uma redução de 44% na mortalidade entre pacientes que receberam o pacote de sepsis de 3h”, comentou Flávio Teles, referindo-se à rotina padrão prevista no Protocolo de Prevenção à Sepse da Santa Casa de Maceió.
A rotina estabelece que sejam administrados ao paciente antibióticos de amplo espectro na primeira hora do diagnóstico de sepse, assim como a substituição de fluidos e a coleta de testes específicos antes da chegada do paciente à terapia intensiva.
Desde a publicação no Brasil da primeira Diretriz de Campanha de Sobrevivência de Sepsis em 2004, alguns estudos mostraram uma diminuição da mortalidade em pacientes submetidos a protocolos de sepse. No entanto, a maioria dessas evidências foi realizada em salas de emergência ou em unidades de terapia intensiva.
“Um dos principais méritos deste estudo é justamente fornecer dados sobre o impacto do protocolo de sepse realizado em enfermarias, dado pouco mensurado pela literatura médica”, considerou Flávio Teles, que se dedica atualmente a formar novos profissionais como preceptor da Residência de Clínica Médica da Santa Casa de Maceió e como professor da UFAL e UNCISAL.
Perguntado sobre a motivação da pesquisa, Teles lembrou de um folder fixado no hospital onde constava o número de pacientes abrangidos pelo Protocolo de Sepse na Santa Casa de Maceió. Mas, aí veio a inquietação do médico enquanto pesquisador: qual o real impacto do protocolo entre os pacientes que recebem e os que não recebem o pacote (bundle) de 3 horas?
Os 121 pacientes da Unidade Osvaldo Brandão Vilela (antigo Pavilhão II) assistidos pelo “pacote” na Santa Casa de Maceió apresentaram índice de mortalidade 44% menor se comparados aos que não receberam estes cuidados na primeira hora do diagnóstico de sepse.
Além de melhorar a sobrevida nos pacientes que receberam o “pacote de sepse”, foi observada uma menor necessidade de internações em unidades de terapia intensiva (UTI) e um menor tempo de permanência nestas UTIs (quase 50% a menos).
Se do ponto de vista assistencial esses pacientes apresentaram um melhor desfecho, do ponto de vista financeiro tais protocolos também reduziram os custos para hospitais e operadoras de plano de saúde.
Realizada no âmbito da Residência de Clínica Médica da Santa Casa de Maceió, a pesquisa contou com a co-autoria dos médicos preceptores Cláudia Falcão Toledo Albuquerque, Sandra Márcia Omena Bastos e Maria de Fátima Alécio Mota, além das residentes Wanessa Guimarães Rodrigues e Márcia Gabrielle Tenório.
O trabalho científico contou ainda com a co-autoria e dados estatísticos coletados pelo médico Fábio Jorge de Lima Silva, da Gerência de Riscos e Infecção Hospitalar. Ele foi o responsável pela implantação do Protocolo de Sepse na Santa Casa de Maceió.

Entenda a sepse
Conforme explica a médica Tereza Tenório, gerente de Riscos e Assistência Hospitalar (Gerah) da Santa Casa de Maceió, a sepse é uma resposta desordenada e desproporcional do organismo contra infecções provocadas por bactérias, fungos, vírus entre outros.
Esta tentativa exacerbada de combater o agente invasor acaba provocando inflamação generalizada em todo organismo, danificando órgãos e, por contraditório que pareça, facilitando a ação do agente invasor.

Fonte: Ascom Santa Casa

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