Uma quadrilha com atuação em Alagoas, Sergipe, Bahia e Goiás foi desarticulada durante uma operação da Polícia Federal nesta terça-feira (13). O esquema criminoso girava em torno do diagnóstico de glaucoma e distribuição de colírios, e, no período de 2014 a 2016, os acusados teriam desviado mais de R$ 16 milhões dos cofres públicos oriundos do Sistema Único de Saúde.
Até o momento, três pessoas foram presas, porém, foram expedidos quatro mandado de prisão, além de mandados de buscas e apreensão que foram executados durante a Operação Hoder.
O saldo em Alagoas foi duas prisões nas cidades de Maceió e Marechal Deodoro, além de busca e apreensão em estabelecimentos nas cidades de Arapiraca e Penedo. A outra prisão ocorreu em Goiás e as clínicas pertencem do mesmo grupo com sede em Maceió. De acordo com o delegado responsável pelo combate de organizações criminosas da PF, Daniel Silvestre, pelo menos dez pessoas, entre médicos, diretores e técnicos estão envolvidos no esquema milionário.
As investigações foram iniciadas em outubro de 2016, segundo o delegado, após uma informação policial dando conta sobre fraudes a partir de informações fornecidas pelo Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde, que em um relatório foi constatado o desvio de mais de R$ 9 milhões.
Segundo o superintendente da PF em Alagoas, delegado Bernardo Gonçalves, em apenas um mutirão realizado na cidade de Barra de Santo Antônio, em 2011, a quadrilha teria fraudado o diagnóstico de 75 pessoas com glaucoma, em um universo de 190 pessoas consultadas. “O que é um absurdo, pois isso representa 40% das pessoas com glaucoma”, destacou.
De acordo com o delegado Silvestre, os pacientes que não tinham glaucoma eram diagnosticados como doente e passavam a receber os remédios.
A quadrilha é acusada de diagnóstico de glaucoma em pessoas sadias com o objetivo de prescrever maior número de colírios, além da prescrição a mais do remédio que não chegava ao usuário, além da prescrição sem precisão de um colírio de 3ª geração.