O deputado Francisco Tenório (PMN) utilizou o plenário da Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE), na tarde desta terça-feira (27), para defender o projeto em que modifica o limite de idade para o ingresso na Polícia Militar (PM) e Corpo de Bombeiros (CB). A parte polêmica ficou a cargo da emenda sobre a idade limite para a aposentadoria e que foi alvo de protesto de militares registrados nessa última segunda-feira (26).
Francisco Tenório usou a tribuna da Casa para explicar que existe uma tabela para a aposentadoria compulsória e que a PM vem perdendo, a cada dia, militares que deixam o serviço, apesar de estarem em plenas condições de trabalho. A situação faz referência principalmente aos afastamentos registrados por questões de saúde. O deputado citou como exemplo o caso de uma tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, que possui menos de 35 anos e já ocupa alta patente. Segundo ele, a militar deve se aposentar antes dos 40.
Sem dizer ao certo qual alteração iria realizar no projeto, o parlamentar criticou a postura da militar citada, que teria gravado uma conversa sua, ontem durante as negociações. O deputado a acusa de ter “editado” e divulgado da “maneira que queria” nas redes sociais. Ainda segundo o parlamentar, tal áudio teria “inflamado” a corporação que se voltou contra ele. “Ela gravou às escondidas, editou o trecho que queria e publicou nas redes sociais. Ela queria mobilizar a polícia contra o Projeto de Lei e usou a fala como se eu tivesse a ameaçando”, explica o parlamentar.
Com isso, Francisco Tenório concluiu a fala dizendo que vai entrar com uma representação na corporação pedindo punição para a militar, além de entrar com uma outra representação na esfera criminal.
O Alagoas 24 horas conversou, por telefone, com o presidente da Associação dos Bombeiros Militares de Alagoas (ABMAL), Marcos Ramalho, que desconhece a gravação citada pelo parlamentar. Ramalho disse que soube pela imprensa da acusação do deputado e adianta que as manifestações nas rede sociais ou na mobilização realizada em frente a Assembleia não são ilegais. “Vamos averiguar essa denúncia do deputado e caso ela seja representada vamos fazer a defesa. Quanto ao protesto o que fizemos é legítimo”, destaca.
O projeto da polêmica deverá ser discutido novamente na sessão desta quarta-feira, 28, na ALE.