A data era 28 de junho de 1969. Há exatos 48 anos, gays e lésbicas eram discriminados, perseguidos e violentados pela polícia de Nova Iorque no bar Stonewall Inn. Revoltados contra as prisões arbitrárias, os frequentadores do bar se rebelaram contra a violência policial e encurralaram os agentes dentro do estabelecimento. A manifestação durou seis dias e passou a ser conhecida como Revolta de Stonewall.
A revolta virou sinônimo de orgulho para a população LGBT. A sigla compreende as identidades individual, social e cultural de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros. Por isso, o dia 28 de junho é celebrado em todo o planeta como o Dia do Orgulho LGBT para lembrar a diversidade sexual humana, conhecida também como orientação sexual.
Em Maceió, a data foi reconhecida pelo poder público municipal em 11 de novembro de 2009, quando foi sancionada a Lei Municipal do Orgulho LGBT. A Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) possui uma Coordenação da Diversidade Sexual, que promove ações para a conquista e o respeito da cidadania da população LGBT.
“O objetivo da coordenação é planejar, construir e encaminhar propostas de políticas públicas para que elas sejam executadas em benefício da população LGBT de Maceió”, diz o coordenador da Diversidade Sexual da Semas, José Roberto da Silva Júnior.
O coordenador diz ainda que as ações da Coordenadoria da Diversidade Sexual são realizadas através de atividades continuadas. José Roberto destaca a criação do Conselho dos Direitos e da Cidadania LGBT de Maceió, que é responsável por avanços no controle e implantação das políticas públicas para esta população na capital, tais como a conquista do nome social das travestis, transexuais e transgêneros nas escolas da rede pública municipal, fruto de uma resolução aprovada pelo Conselho Municipal de Educação (Comed).
Prosa Livre
“A atuação da Coordenação da Diversidade Sexual da Semas tem dado visibilidade ao município de Maceió em outros estados do Brasil como modelo de referência a ser seguido por outras cidades do País que devem criar o Conselho dos Direitos e da Cidadania LGBT”, diz José Roberto.
O coordenador diz que a luta pela promoção da cidadania LGBT não para e pode atuar também em áreas como a saúde, a exemplo do tratamento dispensado a esta população pelos funcionários do PAM Salgadinho aos soropositivos. José Roberto diz que uma reunião será agendada para qualificar melhor o atendimento, principalmente, na hora de informar o resultado de exames de HIV/Aids aos LGBTs.
E para melhorar e qualificar ainda mais o atendimento nos próprios equipamentos sociais da Semas, a Coordenação da Diversidade Sexual vai promover no dia 28 de julho a primeira roda de conversa do Projeto 2/3 de Prosa Livre, que visa levar informações sobre o tratamento concedido aos LGBTs, como os pronomes corretos de tratamento às travestis, transexuais e transgêneros.
Outra frente em que a Coordenação da Diversidade Sexual da Semas já atua é na parceria com as universidades públicas, como a Ufal e a Uncisal e Centros Universitários, como a Unit, mantendo diálogos com as Instituições de Ensino Superior na busca pela reflexão e debate científico com a comunidade acadêmica.
Os próximos passos da Coordenação da Diversidade Sexual da Semas será a participação do projeto de criação do primeiro Centro de Referência para a população LGBT de Maceió, que consiste no apoio, orientação e disseminação de informações e serviços educativos, de saúde e jurídico, a exemplo da Casa da Cidadania.