Membros de oito movimentos sociais ocuparam, na manhã desta terça-feira, 11, as instalações da antiga Usina Laginha, em União dos Palmares. Os manifestantes reivindicam a desapropriação das terras para a reforma agrária e o assentamento das famílias camponesas.
A ocupação, que não tem previsão para término, é o primeiro ato de vários que, de acordo com Marcos Antônio da Silva, o Marrom, dirigente do movimento Via do Trabalho, seria necessário, já que o novo grupo dirigente da Massa Falida do Grupo João Lyra, proprietário da Usina, estaria determinado a desfazer o acordo firmado entre Governo Estadual, Tribunal de Justiça, Movimentos Sociais e Empresários no ano de 2016.
Neste acordo ficou firmado que duas das usinas do grupo, a Uruba e Guaxuma, que ficam respectivamente nos municípios de Atalaia e Coruripe, ficariam em posse dos empresários, enquanto, 100% da Usina Laginha seria destinada aos movimentos sociais.
No local, ainda de acordo com os representantes do movimento, há mais de 1000 membros dos grupos Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST); Movimento de Luta pela Terra (MLT); Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL); Comissão Pastoral da Terra (CPT); Movimento Unidos pela Terra (MUPT); Terra Livre; e Via do Trabalho, que apenas desocuparão o local após marcada audiência com o governador Renan Filho, onde fique determinado o cumprimento do antigo acordo.
O diretor-presidente do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral), Jaime Silva, esteve no local representando o Governo de Alagoas, para intermediar a negociação e garantiu que o Estado quer honrar o compromisso firmado no Tribunal de Justiça e tem total interesse em discutir com os administradores da Massa Falida do Grupo João Lyra.
Também estão presentes acompanhando as movimentações policiais do Centro de Gerenciamento de Crises e a tropa do 2° Batalhão da Polícia Militar.