O Hospital Escola Dr. Helvio Auto oferecerá exames abertos à população para detectar hepatites B e C, em seu Serviço de Assistência Especializada (SAE), das 8h às 12h e das 12h às 17h, no dia 28 de julho, próxima sexta-feira. A realização dos testes faz parte das ações do dia 28 de julho, considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais.
Como hospital de referência em doenças infectocontagiosas em Alagoas, o Hospital Helvio Auto se integra às ações do Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais por meio de seu Serviço de Assistência Especializada (SAE), referência para casos de hepatites B e C. O SAE do Hospital Helvio Auto, que atende ambulatorialmente pacientes com HIV/AIDS, Hepatites, HTLV, atualmente acompanha mais de 800 pacientes com hepatites B e C.
O Hospital Helvio Auto, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, irá ofertar 400 testes para a população. Antes da realização do teste, será feito um trabalho educativo de aconselhamento e após o teste, o trabalho prossegue. Se o resultado for positivo, o usuário já será encaminhado para atendimento ambulatorial no SAE do Hospital Helvio Auto.
“Existe uma projeção do Ministério da Saúde que aponta que cerca de 2% da população acima de 40 anos tenha hepatite C no Brasil, só que aos números de Maceió não acompanham as projeções nacionais, o que leva a crer que parte da população pode ter o vírus e não saber, uma vez que a Hepatite C é silenciosa. Quando os sintomas começam a aparecer, a doença já está grave, podendo desenvolver uma cirrose ou culminar numa falência hepática”, alertou a infectologista e coordenadora do SAE do HEHA, Mardjane Alves.
Atenção especial
Um grupo merece atenção especial para realização de testes de Hepatites B e C. Trata-se de pessoas acima de 40 anos que receberam doações sanguíneas ou passaram por cirurgia antes de 1993. Naquela época, as unidades de hemoterapia não realizavam teste para hepatite C.
Pessoas que se submeteram a tratamentos dentários, serviços de manicure, barbeiro e fizeram tatuagens sem as medidas de higiene e segurança necessárias também devem realizar o teste.
Usuários de drogas injetáveis que compartilharam a agulha também devem submeter-se à testagem.
Perfil de pacientes
O ambulatório de hepatites virais do Hospital Helvio Auto existe há 18 anos e trata atualmente mais de 800 pacientes. “O perfil geral dos nossos pacientes de hepatite C são pessoas com mais de 40 anos que compartilharam agulhas ou que receberam transfusão de sangue antes de 1993. Em um número mais reduzido estão os usuários de drogas injetáveis. Já em relação à hepatite B, o perfil que atendemos são pessoas acima de 30 anos que não foram vacinadas, que contraíram o vírus por via sexual ou então por transmissão materno-fetal”, explicou a médica infectologista Rosileide Alves, especialista no tratamento de pacientes com hepatites no Helvio Auto.
A infectologista Rosileide Alves ainda destaca que a hepatite B é mais difícil de tratar, uma vez que é crônica, e o paciente tem que tomar a medicação por um longo período da vida. Ao contrário do que muita gente pensa, a hepatite B apresenta uma alta transmissibilidade por relação sexual, enquanto a hepatite C apresenta transmissibilidade menor por via sexual.
Tratamento mais simples e cura
Nos últimos anos a indústria farmacêutica investiu pesado em pesquisa de novas drogas para as hepatites virais. Em 2014 foram descobertas novas drogas para tratamento da hepatite C e um novo protocolo de tratamento foi discutido para aplicação no Brasil.
Desde 2015 o Hospital Escola Dr. Helvio Auto adotou a nova terapia para tratamento de hepatite C com os novos antivirais ofertados pelo Ministério da Saúde. É um tratamento muito mais suave e simples, praticamente sem efeitos colaterais, com dois comprimidos ao dia e duração de tratamento de uma média de 12 semanas.
“Temos hoje aqui no Helvio Auto, 54 pacientes utilizando esse novo tratamento e alguns já foram curados da doença. Ainda existe muito preconceito em relação aos pacientes com hepatites virais. É importante lembrar que as hepatites virais não se pegam utilizando objetos como copos e talheres, só são transmitidas se a pessoa entrar em contato direto com o sangue ou secreções de quem tem o vírus, e mais importante de tudo é lembrar que com o tratamento tem cura, por isso a importância da realização do teste”, enfatizou a infectologista do HEHA, Rosileide Alves.