A cidade de Paraty, no estado do Rio de Janeiro, sedia, a partir de hoje (26), a 15ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip). A abertura será às 19h15, no Auditório da Matriz, com a mesa literária Lima Barreto: Triste Visionário.
Com direção de cena de Felipe Hirsch, o ator e escritor Lázaro Ramos e a historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz debaterão a vida e a obra do escritor carioca Afonso Henriques de Lima Barreto, homenageado deste ano pela Flip.
O show de abertura, às 21h30, no Auditório da Praça, estará a cargo do pianista André Mehmari, que vai executar a Suíte Policarpo, criada para o evento, inspirada no mundo de Policarpo Quaresma, personagem de Lima Barreto.
Na avaliação da secretária de Cultura de Paraty, Cristina Maseda, a Flip é “extremamente importante. São 15 anos que a cidade tem a festa literária. Nota-se um impacto impressionante na vida cultural, no reconhecimento de Paraty como um destino de cultura, como uma cidade onde a cultura tem um lugar preponderante diante dos outros setores”, disse.
Segundo a secretária, a área cultural dos paratienses cresceu muito com a Flip, tornando o município conhecido. Cristina lembrou que, além da Flip, Paraty é sede do Paraty em Foco, festival de fotografia; do Mimo, festival de música; do Encontro de Ceramistas, sem falar na Festa do Divino, que é patrimônio cultural do Brasil. “Colocam Paraty em uma posição de destaque entre as cidades com até 50 mil habitantes do Brasil”, argumenta.
O grande legado da Flip, da Flipinha, que é voltada para o público infanto-juvenil, e da Flipzona, que incentiva a leitura e a produção cultural por meio de novas mídias, é o forte impacto no índice de leitura da população, afirmou Cristina.
Todas as escolas municipais contam hoje com acervos de literatura infantil e juvenil de alta qualidade. “As crianças leem mais, há hora de leitura nas escolas, a literatura hoje na cidade tem um destaque importante”. Antes da Flip, a secretária informou que “não havia sequer um livro infantil na cidade. Daí a Flip ter uma importância enorme”, contou.
Programação
Na quinta-feira (27), a programação da Flip começa às 10h, com a mesa literária Zé Kleber, no auditório da Praça, Território da Flipinha, com o tema Aldeia. Participarão o diretor do Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília, Álvaro Tukano, símbolo da resistência indígena no Amazonas nas últimas quatro décadas; a ativista Ivanildes Kerexu Pereira da Silva, uma das lideranças da Aldeia Guarani Mbya Itaxi; e a quilombola Laura Maria dos Santos.
O programa oficial ocorrerá no Auditório da Matriz, a partir das 12h, com a mesa Arqueologia de um Autor, da qual participam os escritores Beatriz Resende, Edimilson de Almeida Pereira e Felipe Botelho Corrêa. Depois, haverá às 15h a mesa Pontos de Fuga, com Carol Rodrigues; a escritora de Luanda, África, Djaimilia Pereira de Almeida, além de Natalia Borges Polesso.
A mesa será precedida pela série de intervenções poéticas e performáticas intitulada Fruto Estranho, a cargo da poeta paranaense Josely Vianna Baptista (em vídeo).
Às 17h15, a mesa Fuks&Fux reunirá os autores Jacques Fux e Julián Fuks, do Brasil. Às 19h15, após a série Fruto Estranho, com apresentação da atriz Grace Passô, haverá a mesa Odi et Amo, com o tradutor e escritor português Frederico Lourenço e o poeta brasileiro Guilherme Gontijo Flores. Encerrando a programação do dia 27, será realizada às 21h30 a mesa Em Nome da Mãe, da qual participarão as escritoras Noemi Jaffe, do Brasil, e Scholastique Mukasong, natural de Ruanda, África.
Na sexta-feira (28), o ator e escritor Lázaro Ramos e a autora portuguesa Joana Gorjão Henriques debaterão a questão racial às 10h, no Auditório da Praça, dentro do Território Flip/Flipinha. No Auditório da Matriz, acontece a programação oficial, a partir das 12h, com a mesa Moderno Antes dos Modernistas.
Participarão Antonio Arnoni Prado, pioneiro no estudo de Lima Barreto, e a escritora e jornalista Luciana Hidalgo. Às 15h, será a vez da mesa literária Subúrbio, com Beatriz Resende e Luiz Antonio Simas, após a apresentação da poeta Prisca Agustoni, suíça de nascimento, mas moradora no Brasil. A Festa Literária Internacional de Paraty será encerrada no domingo, dia 30.