Após oitiva na Polícia Federal (PF), mediante condução coercitiva, a ex-secretária de Estado da Saúde (Sesau), Rosângela Wyszomirska, fez declaração à imprensa na tarde de hoje, 08, quando negou qualquer envolvimento no esquema de fraudes licitatórias na Saúde Pública do Estado investigado pela Operação Correlatos, deflagrada na manhã desta terça-feira em quatro estados. A atual gestora da Uncisal disse ainda que deixa à disposição da polícia e justiça seus sigilos fiscal e bancário.
Relembrando as dificuldades que um gestor público de saúde enfrenta, a médica disse que não cometeu nenhum ato vergonhoso e que nunca participou de nenhum tipo de reunião ou encontro para discutir o recebimento de propina ou outros benefícios para si ou para sua família, e que, sempre encarou com responsabilidade seus atos, e continuará a agir assim. “Tenho plena convicção que enquanto secretaria de estado da saúde estive com o único propósito de trazer melhorias para a saúde em nosso estado”, disse, visivelmente abalada.
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Questionada a respeito do interrogatório conduzido hoje na sede da Polícia Federal, Wyszomirska disse que não falaria a respeito do que foi tratado lá, e que, caberia apenas à PF ou à justiça, revelar os assuntos abordados, mas reafirmou que não tinha conhecimento de nenhum ato ilícito cometido enquanto da sua gestão. “Não tenho conhecimento total do inquérito, não tenho mais informações que detalhem o caso. Fui hoje lá porque foi o que coube a mim fazer naquele momento. Não vou comentar nada do que foi tratado lá. Isso caberá apenas à justiça ou à polícia federal”, disse.
Antes de encerrar sua fala a gestora disse ainda que foi pega com grande surpresa pela denúncia. “É um grande impacto para qualquer pessoa. É algo complexo e vergonhoso. Mas cumpri meu papel. Agora, preciso voltar à minha vida e ao meu trabalho”, concluiu, sem dar chances aos jornalistas de fazer mais perguntas.
Deflagrada em conjunto pela Polícia Federal (PF) e a Controladoria Geral da União (CGU), a Operação Correlatos apura um esquema de fraudes licitatórias com recursos do Sistema Único de Saúde – SUS que teriam ocorrido na Secretaria de Saúde do Estado de Alagoas entre os anos de 2015 e 2016, onde empresas eram contratadas mediante dispensas indevidas de licitação, fundadas no valor ou em situações emergenciais.