Cerca de 3 horas depois de ser fotografado participando de um protesto organizado por supremacistas brancos e nacionalistas em Charlottesville, no Estado da Virgínia, nos Estados Unidos, James Alex Fields Jr., de 20 anos, atropelou uma multidão que fazia um protesto antirracista, em oposição ao primeiro, na mesma região. O ato matou Heather Heyer, de 32 anos, e feriu outras 19 pessoas. A imprensa norte-americana ouviu familiares e amigos do suspeito, que o definiram como um jovem quieto, solitário e admirador do nazismo.
Nascido em Kenton, no Kentucky, o jovem foi criado apenas pela mãe, Samantha Bloom, com quem morou até o começo desse ano em Maumee, em Ohio. O pai de Fields foi morto por um motorista embriagado, segundo o jornal “The Washington Post”, e eles não chegaram a se conhecer.
Segundo a mãe, o jovem avisou que ia para o protesto, mas ela não sabia do que se tratava. “Pensei que tinha algo a ver com Trump. Trump não é um supremacista”, disse à NBC News. A mãe contou que não falava sobre esse assunto com o filho.
Um outro familiar consultado pelo Washington Post contou que o sobrinho não parecia “amigável” e que eles se viam muito pouco. De acordo com o depoimento de um amigo e ex-vizinho da família ao New York Times, o agressor era muito fechado e tinha dificuldade para fazer amigos. Ele disse ainda que a mãe “sofreu muito” com com Fields durante a sua adolescência, mas ele parecia estar melhor.
Derek Weimer, um ex-professor de história de Fields, revelou ao Washington Post que “era óbvio que ele tinha uma fascinação com o nazismo e uma grande idolatria por Adolf Hitler. Ele tinha visões de supremacia branca e realmente acreditava nisso”.
O professor disse também que reconheceu a ideologia e usou fatos históricos para tentar mudar a opinião do aluno. “Era algo que crescia nele. Admito que falhei. Tentei o meu melhor. Mas é um momento que nos ensina, algo que precisamos ficar alertas, porque isso está destruindo nosso país”, desabafou.
Fields foi preso logo depois do atropelamento e segue detido sob a acusação de assassinato em segundo grau – quando há intenção de matar, mas sem planejamento prévio -, entre outras queixas, como não ter prestado socorro às vítimas.