A trabalhadora Ana Lucia dos Santos, de 49 anos, que prestava serviços de limpeza na Delegacia da Criança e do Adolescente, no Jacintinho, vendia as armas apreendidas pelo valor de até R$300 cada uma. A informação foi repassada pela delegada Teíla Rocha Nogueira na manhã desta sexta-feira (25), durante coletiva de imprensa realizada na Delegacia Geral, em Cruz das Almas.
De acordo com a delegada, os revólveres calibre 22, 32 e 38, além de um tablete de maconha de 775g, eram surrupiados da delegacia no momento em que a mulher iniciava o trabalho de limpeza na sala de apreensão.
“A Ana prestava serviço há três anos na delegacia e desde antes até de eu chegar por lá. Era uma pessoa tida como sendo de total confiança, mas que infelizmente fez isso”, lamenta a delegada.
Ainda segundo Teíla Rocha, nem os agentes policiais têm acesso a sala que é considerada restrita aos chefes de serviço. “Ela se aproveitava de uma distração nossa e guardava as armas no balde que usava para fazer a limpeza. Depois, ela vendia para a Rosicleide de Almeida [esposa do traficante Thiago Rodrigues] que conheceu a Ana Lúcia em um ponto de ônibus”, conta.
Com isso, os três envolvidos: Ana Lúcia dos Santos, Rosicleide de Almeida e Thiago Rodrigues foram presos. Eles serão autuados pelo crime de furto qualificado, abuso de confiança, associação criminosa, tráfico de drogas e posse ilegal de arma de fogo. Diferente das mulheres, Thiago Rodrigues é um nome conhecido da polícia e soma outras duas passagens por tráfico de entorpecentes.
O caso só foi descoberto após a Polícia Civil ter frustrado um assalto a um estabelecimento no município de Boca da Mata. Por lá, dois adolescentes de 16 e 17 anos utilizavam as armas que já haviam sido apreendidas da delegacia.
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Após serem detidos, a dupla revelou que havia comprado o armamento do traficante Thiago Rodrigues e, daí em diante, a Polícia Civil desarticulou todo o esquema que leva até a funcionária Ana Lucia dos Santos. Em sua defesa, a trabalhadora disse à delegada que passou a cometer os furtos no mês de julho e que fazia isso por necessidade financeira.
Agora, mesmo tendo recuperado as três armas e a droga surrupiadas, a delegada Teíla Rocha disse que não está satisfeita com o caso. “Ainda continuam as investigações porque queremos saber efetivamente se ela fez isso por outros meses e se há mais gente envolvida”, garante a delegada.