Confiança! Esta é a palavra que melhor define a torcida do Centro Sportivo Alagoano (CSA) nessa segunda-feira, 25, de jogo histórico, valendo vaga na Série B do Campeonato Brasileiro de 2018. Preocupados em não ficar de fora da festa, os torcedores chegaram cedo e enfrentam filas para garantir os melhores lugares.
Essa é a segunda vez que o CSA enfrenta o time mineiro, Tombense. O primeiro jogo, realizado na casa do adversário, acabou com o placar de 2 a 0 pro Azulão, o que garante agora a vantagem de um gol de diferença para que a equipe alagoana avance à semifinal da Série C, num jogo em casa e com toda a torcida a favor.
O grupo de amigos Divergentes Blue, que se reúne sempre para assistir aos jogos, encarou essa segunda-feira como feriado. Quem ainda foi trabalhar encerrou o expediente mais cedo e chegou às 13h pro “esquenta” num bar próximo ao Estádio Rei Pelé. Entre eles, o palpite é um só: 3 a 0 para o CSA, mas de acordo com Joveci Guedes, um dos membros do grupo, “até o zero a zero está valendo!”.
Esta é também a opinião do estudante de 16 anos, Felipe Bruno, que confessou ter faltado aula hoje, para torcer pelo time do coração, e que já disse que se o time do Mutange vencer, a comemoração não tem hora para acabar. “Eu não sei nem o que dizer a respeito do CSA. É paixão! E a gente vai subir! Eu não sei a hora que a comemoração vai acabar depois que o Azulão vencer hoje! Vai ser só festa!”.
E se é feriado, é dia de ficar com a família também, nem que seja na fila. Foi o que fez o Rodrigo, que trouxe os filhos Caio e Caique, para assistir ao jogo. “Nós estamos aqui desde às 14h. Como eu estou com criança, preferi chegar mais cedo e procurar um lugar mais afastado da agitação, para não termos problemas. Enfrentar a fila faz parte”, explicou, otimista, arriscando o placar de 2 a 0 a favor do CSA.
Para os comerciantes, a oportunidade é de aumentar os lucros. O vendedor Mauro Oscar, que trabalha vendendo artigos de torcida em jogos na Capital alagoana há 15 anos disse que chegou cedo e que não se arrepende. “O movimento tá bom e foi assim o dia todo. E espero que continue!”, falou, depois de explicar que está sempre aberto às pechinchas dos clientes. Ele e outros comerciantes estão vendendo bonés, camisas, pelúcias e bandeiras, tudo com motivos azulinos. Os valores variam de R$ 25,00 até R$ 90,00.
Transtornos
Apesar de toda animação, quem não torce para o CSA, ou ainda, não torce para time nenhum, mas precisa passar pelo bairro do Trapiche da Barra em dias de jogos, enfrenta dificuldades. É o caso da estudante de enfermagem, Rayanne Larissa, de 19 anos. Ela disse que a instituição onde estuda costuma cancelar ou encerrar o expediente mais cedo em dias de grandes jogos e que com isso, até pegar um ônibus fica difícil.
“É chato, cansativo. A gente fica muito mais tempo no ponto de ônibus, os ônibus vão lotados e o trânsito vai bem mais de vagar. Sem falar na questão da violência, do risco. É uma preocupação. A gente só quer chegar logo em casa”, concluiu, enquanto se preparava para pegar seu ônibus, depois de mais de 30 minutos de espera.
Esquema de Segurança
De acordo com o major Felipe Lins, que comanda o Batalhão de Trânsito (BPTran), cerca de 450 policiais farão a segurança dentro e fora do estádio, conforme planejamento do CPC. Lins afirma que as ruas do entorno do Rei Pelé estão interditadas desde às 14 horas e toda a movimentação da torcida está sendo monitorada cuidadosamente para evitar confusão.
Em parceria com o BPTran, a Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) está atuando para organizar o tráfego de veículos na região e também garantir a segurança dos pedestres.
Juizado
O Juizado da Infância e Juventude orienta aos pais e responsáveis que não levem crianças de colo para o estádio. E lembra que será cobrada a documentação das crianças que forem assistir ao jogo, tal qual a documentação dos pais.
Os pais da pequena Lara, de 1 ano e oito meses, contudo, disseram que a família vai junta aos jogos do CSA desde os cinco meses de vida da pequena, e que ela, mesmo sem falar direito ainda, já é torcedora do time e não poderia ficar de fora da festa.