Os agentes penitenciários de Alagoas ameaçam paralisar as atividades no próximo sábado (14) e domingo (15), devido ao não avanço das negociações do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) da categoria. A manifestação foi oficializada na manhã desta terça-feira (10) em nota enviada pelo Sindicato dos Agentes Penitenciários de Alagoas (Sindapen) à imprensa.
De acordo com o presidente Kleyton Anderson, o termômetro para o impasse será decidido amanhã em reunião com técnicos e diretores da Secretaria do Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag). Os agentes afirmam que a secretaria, sob o comando do secretário Fabrício Marques, quer negociar novos termos de aplicação do PCCS, previsto para ocorrer a partir de novembro, bem como reduzir valores da categoria na tabela.
“Não podemos aceitar isso. Eles querem mudar os acordos firmados no passado [com o antigo secretário Christian Teixeira] e que foi previamente construído entre ambas as partes. Nós fazemos acordo com o governo e não com secretários, e não vamos aceitar essa mudança na tabela do PCCS”, diz o presidente.
Com isso, a paralisação de advertência está mantida para o sábado (14) e domingo (15), quando os presos não irão receber visitas, seja de familiares ou advogados. “Vamos suspender os serviços que não são essenciais, como as visitas e manter os serviços de alimentação, emergência e escolta”, complementa Kleyton Anderson.
Os servidores reivindicam ainda mudanças na estrutura das casas penitenciárias, onde denunciam que todos os agentes são submetidos a situações de constrangimento na hora da refeição, pois os alimentos são preparados pelos próprios presos. “Eles estragam a comida e colocam vidro e até chorume na refeição dos servidores”, diz a nota enviada à imprensa. Sendo assim, a categoria negocia um auxílio alimentação e vale fardamento, paralelo ao PCCS.
Em resposta, a assessoria de comunicação da Seplag lamenta a decisão dos quase 600 agentes penitenciários. A secretaria afirma que ainda mantém aberta a mesa de negociações com a categoria. “A secretaria vem dialogando há muito tempo sobre isso e o governo só lamenta esta decisão. Tudo está sendo discutido bem abertamente com eles a pedido do próprio governador [Renan Filho]”, garante a secretaria.
Sobre a paralisação, a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social (Seris), informa que ainda não foi notificada da decisão, mas que assim que for informada tomará uma posição.