O valor do gás de cozinha terá reajuste de 12,9%, em média, a partir desta quarta-feira (11). As informações foram anunciadas pelo Grupo Executivo de Mercado e Preços (Gemp) da Petrobras. Segundo o economista Ailson Rezende, o orçamento de várias famílias e empresas – principalmente as que atuam diretamente com produção de alimentos – deve ser impactado.
“O aumento do gás de cozinha irá afetar pessoas de todas as rendas, principalmente as pessoas de baixa renda porque pra elas qualquer aumento é um impacto terrível. Segundo, vai afetar as pessoas que fazem refeição fora de casa, já que o preço da refeição vai aumentar também. Nós não temos aumento de salário, logo a nossa renda será diminuída. Todo mundo sofre com esse impacto”, afirmou Rezende.
Para Silvaney Tavares, de 32 anos, que trabalha com serviço de buffet, o aumento terá impacto negativo.
“Quando se tem um aumento de gás, principalmente porque não é o primeiro [aumento], e por ser um valor bem alto, a gente não consegue segurar um valor acessível, porque nós que trabalhamos com bufftet temos que mudar o valor do buffet, porque toda a programação de alimentação depende do gás. A gente gasta muito gás, então isso realmente preocupa bastante principalmente para o consumidor. A gente não consegue segurar o valor atual [do serviço de buffet] com esses aumentos absurdos”, informou.
De acordo com o proprietário de uma distribuidora de gás, localizada no bairro da Betânia, na Zona Sul de Manaus, o aumento é negativo. “O Brasil já está bagunçado. Esse aumento só vai piorar”, informou o proprietário que preferiu não se identificar.
Reajuste
De acordo com a Petrobras, o último reajuste ocorreu no dia 26 de setembro de 2017. A alteração atual não se aplica ao GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) destinado a uso industrial/comercial.
Ainda segundo a Petrobras, o percentual de reajuste reflete, principalmente, a variação das cotações do produto no mercado internacional.
“O ajuste anunciado foi aplicado sobre os preços praticados sem incidência de tributos. Se for integralmente repassado aos preços ao consumidor, a companhia estima que o preço do botijão de GLP P-13 pode ser reajustado, em média, em 5,1% ou cerca de R$ 3,09 por botijão, isso se forem mantidas as margens de distribuição e de revenda e as alíquotas de tributos”, informou a Petrobras em nota.