Caso Giovanna: Promotoria diz que não restam dúvidas da culpa de Mirella

Ascom/MPEPromotor de justiça Antônio Villas Boas

Promotor de justiça Antônio Villas Boas

O julgamento da empresária Mirella Granconato Ricciardi, acusada de planejar e encomendar o assassinato da estudante Giovanna Tenório, em 2011, seguiu nesta tarde para a fase de debates entre promotoria e defesa. Inicialmente o advogado de Granconato, Raimundo Palmeira, tentou desqualificar a tese da acusação, alegando que o desentendimento entre a ré e a vítima teria ocorrido um ano antes do crime e que as mensagens em tom de ameaça enviadas à Giovanna teriam sido “coisa do passado”.

Já o promotor de Justiça Antônio Vilas Boas enfatizou que as mensagens por SMS citadas no decorrer no processo teriam sido enviadas alguns meses antes do crime. Além disso, ele alegou que duas semanas antes da morte, Antônio de Pádua Bandeira (Toni) teria ligado para parabenizar a vítima pelo seu aniversário e Mirella teria flagrado.

O promotor também rebateu os argumentos de Raimundo Palmeira ao atribuir a um traficante a responsabilidade pelo crime. “De onde o senhor, doutor, tirou a ideia de que Giovana foi ameaçada pelo traficante se sequer sabe o nome dele?”, questionou e lembrou que Giovanna teria retirado o valor de R$ 140 ou R$ 150 de sua poupança para pagar a dívida de uma amiga de faculdade, identificada como Manu, conforme depoimento de testemunha, que posteriormente passou a ser amiga de Mirella.

O argumento foi ironizado pelo advogado de defesa e foi chamado a atenção pelo promotor. “O senhor me conhece e isso aqui não é um palco. Sou um promotor sério e não trabalho com negociatas”. Durante sua argumentação o promotor classificou Mirella como “dissimulada”: “Sua cliente é debochada. Hoje não, está com cara de cordeiro, passando a impressão de vítima”, disse.

O promotor cobrou imparcialidade e responsabilidade do conselho de sentença e ressaltou que: “A culpabilidade da Mirella é explícita. O Ministério Público quer a reabertura da investigação somente para esclarecer quem ajudou o Lula caminhoneiro, porque ele não agiu sozinho”, argumentou o promotor.

Ascom//mpEpromotor de justiça Antônio Villas Boas

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Apelo

Ambas as partes usaram do mesmo expediente para sensibilizar o júri: a dor das famílias. O auxiliar de acusação, Diego Duca, lembrou que a defesa mencionou o sofrimento dos filhos de Mirella, caso seja condenada e o promotor respondeu: “E a mãe de Giovanna? Sabe onde ela pode visitar a filha? No cemitério. Quando terá nova oportunidade de dizer eu te amo, minha filha, obrigada pela companhia? Nunca”, alertou.

A promotoria sustenta a tese de homicídio duplamente qualificado, praticado com requintes de crueldade. A motivação do crime teria sido o envolvimento da vítima com o marido da ré, Antônio de Pádua Bandeira. “Termino as palavras pedindo a condenação, porque não restam dúvidas de que ela é a culpada”, disse Vilas Boas.

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