O corpo de jurados absolveu na noite da quarta-feira (11) Mirella Granconato Ricciardi pelo assassinato da universitária Giovanna Tenório. O júri reconheceu a autoria do crime e mesmo assim absolveram a ré, condenando-a somente pelo crime de ocultação de cadáver. A pena, de um ano e oito meses, deve ser cumprida em regime inicialmente fechado pelo crime de ocultação. Como é primária, a pena foi convertida em prestação de serviços à comunidade e uma indenização de R$ 20 mil à família da vítima.
Ao ler a sentença, o magistrado John Silas, que presidia o julgamento, pareceu surpreso com a decisão controversa do júri, chamando de ‘incoerência’ a decisão durante a leitura da sentença. Silas lembrou que compete ao Ministério Público se pronunciar informando se irá ou não recorrer da decisão. O juiz disse ainda que se o Tribunal entender que o júri deve ser anulado, Mirella pode voltar ao banco dos réus.
O MP se pronunciou logo depois do resultado do julgamento informando que irá recorrer da decisão. “Não existe clemência por uma simples clemência. É preciso embasamento, um lastro qualquer nos autos. Eu diria que foi uma clemência graciosa e mais ainda, um tapa na cara da sociedade”, declarou o promotor de Justiça, Antônio Villas Boas.
Durante o julgamento Mirella chegou a confessar em depoimento que fez ameaças à vítima via ligações e mensagens de texto, mas negou a autoria do crime.
A defesa se pronunciou dizendo que o júri soube diferenciar o que seriam prova dos autos. Parabenizou o trabalho do Ministério Público chamando-o de ‘devastador’, mas defendeu não haver provas contundentes ou elementos concretos sobre a ré.
Ainda ontem, antes do resultado da sentença, a promotoria havia se pronunciado dizendo não haver dúvidas da culpa de Mirella.
Advogada e amiga da família, Rita comenta a decisão do Júri ao lado da mãe de Giovanna, Catarina Tenório.
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Relembre o caso
Giovanna foi sequestrada na porta de uma universidade situada no bairro do Farol, no ano de 2011 e seu corpo foi encontrado dias depois em um canavial entre as cidades de Rio Largo e Messias. Há hipótese de que a vítima mantinha um relacionamento amoroso com o marido de Mirella – Antônio de Pádua Bandeira, que não responde pelo crime – e esta teria sido a motivação do assassinato.