Os advogados de uma mulher que acusa de assédio sexual o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediram ao governante que entregue aos tribunais os documentos, incluindo textos e fotos, gerados sobre ela e outras mulheres na mesma situação, informaram neste domingo (15) meios locais.
A intimação, apresentada há um mês na Corte Suprema do estado de Nova York e recuperada pelo portal “Buzzfeed”, é parte de um processo por difamação movido contra Trump por Summer Zervos, uma ex-participante do programa “O Aprendiz”.
Os advogados de Summer pedem que Trump entregue antes de 31 de outubro notas escritas, fotografias, gravações de áudio, mensagens de texto e em redes sociais, recibos e “compilações de dados de qualquer tipo em qualquer meio”.
Summer foi uma das mulheres que acusaram no final do ano passado o então candidato republicano de abusos sexuais. Em outubro, ela disse em entrevista coletiva que Trump a beijou contra sua vontade em 2007 em um hotel de Los Angeles.
Após Trump tachar as acusações de “invenções e mentiras”, Summer apresentou em janeiro, três dias antes de o republicano assumir a Presidência, um processo por difamação contra ele.
A equipe jurídica do presidente tentou atrasar o processo para depois do fim de seu mandato, alegando que Trump tem imunidade como governante, e seus advogados denunciaram em julho perante os tribunais que o processo tem uma motivação política e o objetivo de destituí-lo.
Na intimação, a advogada de Summer, Gloria Allred, pede “todos os documentos” relativos à sua cliente e a “qualquer” mulher que tenha acusado Trump de comportamentos sexualmente inadequados, e destaca nove nomes que se pronunciaram publicamente sobre o assunto.
Entre essas mulheres estão Jessica Leeds e Rachel Crooks, que deram ao “The New York Times” seus testemunhos de abuso sexual.
Jessica alegou que há 30 anos o magnata teria a assediado em um avião. Já Rachel afirma que Trump a beijou à força em um elevador em 2005.
A intimação também exige documentos sobre a famosa gravação de 2005 vazada em outubro e na qual Trump afirmava tocar as partes íntimas das mulheres sem o seu consentimento por ser uma pessoa famosa.
Em um comunicado, a advogada de Summer disse esperar que a corte descarte a moção apresentada a equipe do presidente para acabar com o processo. Assim, “poderemos seguir adiante com as descobertas e obter testemunhas e documentos relevantes”.