A estimativa da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) é de que 520 novos casos de câncer de mama possam ser diagnosticados em Alagoas este ano. O número tem como fonte os estudos feitos pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) e o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), divulgados aos coordenadores da Atenção Primária dos municípios alagoanos, durante oficina promovida nesta quarta-feira (18) no auditório do Sesc Poço, em Maceió.
O alerta é reforçado para que todas as equipes de saúde dos municípios possam estar atentas e ajam em tempo, antes do agravamento da doença. Ainda de acordo com o Inca e o SIM, do valor total previsto, 270 casos devem ser diagnosticados na capital. O câncer de colo de útero também está na estimativa, representando 300 casos previstos para Alagoas, sendo 100 em Maceió.
“Durante o Outubro Rosa reforçamos esta ação de conscientização, mas o trabalho acontece durante todo o ano. Aos coordenadores apresentamos o perfil do Estado para a realização da mamografia, os casos de óbito, os cuidados paliativos, o fluxo de atendimento. Também abordamos a doença, conceito, prevenção, tratamento e esclarecimento de dúvidas”, argumentou a responsável técnica pelo Programa Estadual de Saúde da Mulher, Carmem Nascimento.
No município da Barra de Santo Antônio, por exemplo, a coordenadora Soraya de Carvalho, expõe que o ano tem sido de reestruturação e reimplantação de cuidados. Na cidade vizinha, está a cidade de Matriz de Camaragibe, que tem reforçado as ações e atividades nas zonas urbana e rural.
“Temos sensibilizado as pessoas quanto à alimentação, sedentarismo, a necessidade de realização de exames de rotina e rastreamentos do sinal da doença. É importante que momentos como esse aconteçam porque, além de partilharmos nossas experiências, levamos conhecimento ao nosso município, que são revertidos em ações mais eficazes”, afirmou Jonathanovitch Padilha, coordenador da Atenção Primária de Matriz de Camaragibe.
A supervisora de Saúde da Mulher, Criança e Adolescentes da Sesau, Camila Farias, ressaltou a importância da inclusão da nutrição e do apoio psicológico na linha de cuidados dedicados ao câncer de mama e colo de útero. Ela pede que todas as equipes tenham um olhar diferenciado em cada atendimento, levando informações seguras e necessárias à mulher.
“São os profissionais da Atenção Básica que acolhem essas mulheres e registram no Sistema de Regulação a consulta de triagem oncológica. Em seguida, o complexo regulador confirma a consulta com emissão do documento de marcação, informando dia, hora e local do atendimento. A partir daí, se positivo, a usuária é atendida no serviço de alta complexidade em oncologia, que executa a linha de cuidado integral. É um processo repleto de inseguranças, que pode resultar na recusa pelo tratamento. Por isso a importância da equipe sensível e preparada para o enfrentamento de cada caso”, destacou a supervisora.