Os indicadores do Hospital Geral do Estado (HGE) revelam queda de 15% no número de usuários com Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), de janeiro a outubro deste ano, comparado com o mesmo período de 2016. Entretanto, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) acredita que as ações preventivas precisam ser fortalecidas e, para isso, nesta segunda-feira (30), técnicos da Gerência de Atenção Primária (GAP) participaram de palestras e recomendações, transmitidas pelo cardiologista Alfredo Marinho.
O maior hospital público de Alagoas é referência no Sistema Único de Saúde (SUS) na assistência de urgência e emergência aos alagoanos com doenças cardiovasculares, como o infarto. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença é responsável pela morte de 15 milhões de pessoas no mundo e, conforme o Ministério da Saúde (MS), cerca de 70 mil pessoas morrem por ano no Brasil.
“Os indicadores do HGE mostram que, no ano passado, 434 pessoas deram entrada na Unidade de Dor Torácica, especializada em doenças cardiovasculares, com diagnóstico de infarto, sendo 376 de janeiro a outubro. Nesse mesmo período, até esta segunda-feira, já foram registradas 322 ocorrências. Uma diminuição que pode parecer pequena, mas que deve aumentar, mediante o trabalho realizado por meio de parcerias”, defende o secretário Executivo de Ações de Saúde, Paulo Teixeira.
Para o cardiologista Alfredo Marinho, os brasileiros, na prática, não adotam práticas preventivas, mesmo sabendo dos riscos dos hábitos não saudáveis. Entretanto, apesar de todas as dificuldades enfrentadas na Atenção Primária, algumas realidades têm mudado e repercutirá positivamente na saúde pública.
“Se você viajar para o interior do Estado, não será difícil encontrar pessoas, nas primeiras horas da manhã, caminhando. Se você for para bairros da periferia de Maceió, também vai presenciar muitas pessoas devidamente trajadas espantando o sedentarismo. Isso é uma conquista importante, porém há muito que fazer, da gestão da saúde até as camadas mais difíceis da sociedade”, acredita o cardiologista.
Alfredo Marinho alertou sobre a falta de cuidado e atenção dos pais com a obesidade e o tabagismo. Ele justificou através de estudos recentes e contínuos de pesquisadores, os quais derivam esses descuidos ao crescimento da mortalidade por infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC).
“Os jovens também estão desenvolvendo a diabetes devido à má alimentação. É preciso que nós eduquemos nossos filhos com alimentos saudáveis, estimulando o crescimento”, aconselhou o médico. “Quanto ao tabagismo, um avanço importante é hoje a sociedade preferir não estar perto de quem está fumando, isso ajuda no combate, desde que aconteça de forma não preconceituosa”, reforçou.
O IAM acontece quando a artéria coronária é obstruída por um coágulo de sangue, o que dificulta a irrigação sanguínea e impede que a quantidade suficiente de sangue chegue até o músculo cardíaco. Isso acontecendo, essa porção do músculo cardíaco sofre um processo de morte celular, podendo causar insuficiência cardíaca ou até mesmo uma morte súbita.
“Muitas mortes ou sequelas irreversíveis poderiam ser evitadas se os cidadãos com sintomas de infarto recebessem os primeiros socorros de maneira adequada e tivessem suas artérias coronárias desobstruídas por medicamentos ou procedimentos de alta complexidade, estes disponíveis em Alagoas via SUS no HGE”, referenciou o secretário Executivo de Ações de Sesau.