Intitulada de ‘Soberania’, uma operação conjunta das forças de segurança pública do estado cumpriu na última segunda-feira (30), 21 mandados de prisão em Maceió e São Miguel dos Campos. Do total, 15 deles estavam direcionados a pessoas já custodiadas no sistema prisional de Alagoas, e um que segue foragido. Os detalhes foram repassados à imprensa na tarde de hoje, 1º, em entrevista coletiva.
À frente da operação, o delegado Mário Jorge, titular da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), explicou que os mandados, expedidos pela 17ª Vara da Capital, tinham como objetivo prender os líderes de organização criminosa que atuam no tráfico de drogas em todo o estado. Contudo, a maior parte deles já estão presos e continuam a comandar ações de tráfico, roubos e homicídios mesmo de dentro dos presídios.
Além deles, que terão acrescentadas às suas penas novas acusações, quatro mulheres e um homem foram presos apontados como ‘intermediários’ e que fazem a comunicação constante com os líderes. “Essas pessoas, principalmente as mulheres, que se valem de ligação parental, são as responsáveis por transmitir as ordens de dentro do presídio para o restante da facção. Elas, inclusive, faziam movimentações bancárias para a quadrilha”, explicou o delegado.
Os presos que teriam ligação com o crime organizado são: Yasmin Franca da Silva; Tamires Silvestre de Melo; Tamara de Cássia Alves de Araujo; Clivia Cássia dos Santos Cardoso e Roziel Monteiro da Silva Junior.
Os suspeitos já custodiados foram identificados como: Luiz Alexandre Castro; Alexandre Rodrigues; Josias Cardoso; Leone Maciel; Alexsandro da Silva; Alisson de Morais; Alex Luiz dos Santos; Maxsuel da Silva; Eloy Carlos; Frankle Jossimo Lopes; Rafael Araujo Pereira; Marcos dos Santos; Roziel Monteiro; Josimar Terto; Thaygor Manoel Martins e Anderson Cassimiro. Eles estão presos em diversas unidades, na Capital e Interior, e devem ser colocados em sistema de isolamento pelo período de 30 dias, para logo depois serem transferidos para outras unidades prisionais, de modo a não ter mais comunicação com a facção que atuam.
“Com essas ações contínuas nós conseguimos dar uma baixa em cerca de 60 integrantes dessa facção em Alagoas. Com isso também, conseguimos prevenir homicídios”, diz o delegado.
Um dos prováveis homicídios que estaria sendo planejado é o de uma mulher, que teve a identidade mantida em sigilo, e que estaria sendo articulado pela jovem Yasmin França da Silva.
Crítica ao Judiciário
Também presente na coletiva à imprensa, o secretário executivo de políticas de Segurança Pública de Alagoas, delegado Manoel Acácio Júnior, criticou duramente o poder judiciário, a quem responsabilizou por “colocar em liberdade quase mil traficantes, dos quais pelo menos 200 eram líderes de quadrilhas”. “A Lei de Execução Penal é muito branda para o preso. São leis que beneficiam o bandido”, destacou.
O delegado reforçou ainda que o trabalho a nível estadual tem que ser reforçado junto às operações de fronteiras do Brasil, por onde entram quase 100% das drogas. “Não adianta a gente atuar assim aqui em Alagoas se continua entrando quase 90% de cocaína [de países como a Bolívia e Colômbia] e 80% da maconha [oriunda do Paraguai]”, pondera.
Participaram da operação, policiais militares do Bope, Radiopatrulha, além de agentes da Afixia, Oplit, Tigre e Secretaria de Estado da Ressocialização e Inclusão Social (Seris).